A estatueta oca


            Mais uma cerimônia de entrega das premiações do Oscar foi realizada nesse último domingo em Los Angeles. A 84ª edição teve uma audiência ligeiramente melhor do que a do ano passado, mas é eminente a sua morte. Explico.

            A academia que todos aqueles figurões de Hollywood tanto idolatram quando são agraciados com o troféu é algo peculiar. Composta por mais de seis mil membros que, apesar de serem em maioria americanos, abrangem trinta e seis países. A pergunta mais pertinente a respeito destes indivíduos é O que têm na cabeça? Talvez não seja essa a pergunta, só a sensação.

            O Artista foi a produção consagrada como melhor filme, seu protagonista, Jean Dujardin, melhor ator, e seu diretor, Michel Hazanavicius, melhor diretor. Não assisti ainda ao filme, mas espero que ele seja um espetáculo, para, apesar de mudo e sem grandes firulas, ganhar tanta coisa.

            Fiquei bem decepcionado por Árvore da vida não ter ganhado como melhor filme. Até que me conformo com isso, já que é um filme muito complexo e completamente fora dos padrões Blockbuster que realmente vendem. Mas por que razão o prêmio de melhor fotografia não foi pra ele? Quem viu o filme sabe como é esplêndida a construção visual, tanto das cenas do “Universo” quanto as interpretadas galantemente por Brad Pitt e companhia.

            Destaque para Woody Allen que levou mais um (sem nem ter ido buscar) com um filme que nem é lá do mesmo nível daqueles do primor da sua produção. Não me entendam mal, Meia noite em Paris é realmente muito criativo e interessante, com todos aqueles gênios de séculos passados revisitados.

            Infelizmente, Rio não rendeu e ainda não foi dessa vez que presenciamos uma produção brasileira faturar. Seu único concorrente, Muppets, ganhou como melhor canção original. Convenhamos, o filme nem era lá essas coisas...

            O Grammy deste ano, diga-se de passagem, pegou carona na morte da mulher que vai amar pra sempre (Whitney Houston) e superou o Oscar. Isso é bem sugestivo. Não se surpreendam se algum ator renomado expirar nos dias que antecedem o evento...


            Qual seria a sua lista de ganhadores?



Melhor filme
Melhor ator
Melhor atriz
Melhor ator coadjuvante
Melhor atriz coadjuvante
Melhor diretor
Melhor roteiro adaptado
Melhor roteiro original
Melhor filme em lingua estrangeira
  • A Separação (Irã)
  • Bullhead (Bélgica)
  • Monsieur Lazhar (Canadá)
  • Footnote (Israel)
  • In Darkness (Polônia)
Melhor longa animado
Melhor trilha sonora original
Melhor canção original
Melhores efeitos visuais
Melhor maquiagem
Melhor fotografia
Melhor figurino
Melhor direção de arte
Melhor documentário
  • Undefeated
  • Hell and Back Again
  • If a Tree Falls
  • Paradise Lost 3: Purgatory
  • Pina
Melhor documentário de curta-metragem
  • Saving Face
  • God is the Bigger Elvis
  • The Barber of Birmingham: Foot Soldier of the Civil Rights Movement
  • Incident in New Baghdad
  • The Tsunami and the Cherry
  • Blossom
Melhor montagem
Melhor curta
  • The Shore
  • Pentecost
  • Raju
  • Time Freak
  • Tuba Atlantic
Melhor curta animado
  • The Fantastic Flying Books of Mister Morris Lessmore
  • Dimanche
  • La Luna
  • A Morning Stroll
  • Wild Life
Melhor edição de som
Melhor mixagem de som

2 comentários:

  1. A sinopse de A Árvore da Vida me traz um desanimo... Vale apena assistir?

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  2. O Artista é um bom filme, mas acredito que foi premiado por causa de algum tipo de alucinação coletiva. Dentro de alguns anos, deverá ser lembrado como mais equívoco do Oscar, assim como os recentes vencedores Crash e Guerra ao Terror. Oscar 2012 foi super chato, injusto, como de hábito. Dar o prêmio de melhor diretor para Michel Hazanavicius foi um atestado da própria burrice por parte da academia de cinema, principalmente porque existiam dois concorrentes na categoria que são gênios do cinema: Terrence Malick e Martin Scorsese.
    Na minha opinião, A Árvore da Vida foi o melhor filme do ano, e um dos melhores dos últimos dez anos. Cannes acertou ao premiar o filme, mas o resto do mundo demonstrou cegueira. Sinal dos tempos.

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