Narrativa retalhada 4/5

Peço desculpas pelo atraso da minha parte da história... Mas, enfim, aqui ela está!
Partes Anteriores: aqui!
*****

                ... Antes que pudesse terminar o raciocínio tudo estava nebuloso e desconexo, não havia desmaiado completamente, mas não conseguia pensar, não se conectavam as palavras e seus sentidos, me era extremamente difícil formular qualquer pensamento concreto que fosse. Por fim apago.
                Para logo depois acordar. Estava em uma sala, tinha a ligeira impressão desta pertencer aos fundos da livraria, mas de certeza só tinha a de estar vivo. E havia este homem, parecia homem, parecer e ser têm suas diferenças.
                _ Olá. – diz o homem.
                _ Oi. – respondi
                _ Então você é Grégore...
                _ Não sei.
                _ Mas acha que é?
                _ Acho que sim. E você, quem é e o que quer de mim?
                _ Meu nome é Eugênio.
                _ Eugênio!? Então é meu autor! Mas me disseram que eram vários...
                _ Eu sou Eugênio, não o Machado de Eugênio.
                _ ?
                Ele respira fundo  e me olha com impaciência. Então começa a dizer:
                _ Eu costumava ter um Machado, sabe? E não era um machado comum, era um machado único, singular, completamente diferente nos poderes em relação a um machado destes ordinários. E com este machado eu tinha meios para os fins, se é que você me entende. E então – ele perde a calma com que até então falava – ENTÃO VIERAM ESTES MISERÁVEIS, ESTA CORJA, ESTES MALDITOS! E furtaram meu machado, foram sorrateiros como ratos que invadem cozinhas durante a madrugada, vieram como covardes e lho pegaram pelas minhas costas! – então ele volta ao tom de antes. – Assim perdi meu machado, assim perdi meus meios. E agora fizeram você, uma experiência que deu errado, um aborto, por assim dizer. Uma pessoa presa a um livro, escrava da própria aparência, uma aberração.
                Me senti mal ouvindo estas últimas palavras, ele parecia ter percebido.
                _ Oh... então você não se lembra, não é? Você não sabe o que é nem como veio parar aqui, bem, eu te digo: Horrorizados com o equívoco criado, eles, estes que usam meu nome e meu machado como Alcunha, te jogaram fora, te deixaram para morrer abandonado na rua, vítima da deformidade que é, hoje, andar com um livro colado a si. Ou crê que as pessoas te veem bem? Andando por ai com um livro ligado a você? Não hoje, meu caro, nem antes, talvez. As pessoas em geral veem os livros como um mal necessário, se valem deles apenas quando é absolutamente impossível resolver qualquer coisa por outros meios, e ainda sim, na grande maioria dos casos,  só valem-se de livros técnicos e manuais... enfim, você é uma aberração.
                E eu estava chocado, fui posto em um mundo onde odeiam pessoas como eu, e fui posto por estes tais do Machado de Eugênio... então me lembro de algo importante:
                _ Mas e estes que agora me perseguem? O jogador de futebol com cabelo peculiar... aquele rei e aquele membro do clero?
              _ Meu caro, se tivesse lido o que tem escrito ai neste livro que é ligado ao seu umbigo, veria que a resposta é óbvia. É disto que estes pseudoescritores que te criaram vivem, de falar mal das coisas deste mundo, falam mal de um inocente padre que nada mais fez além de ensinar a palavra de Deus aos homens, fala mal deste humilde rei que rege seu povo e que o ama, e estes o amam reciprocamente, e atacam ainda um ídolo nacional como aquele jogador de futebol, alguém que nada mais faz a não ser mostrar suas habilidades para o deleite público. São uns calhordas da mais alta estirpe estes que roubaram meu machado. Só sabem maldizer os outros, só criticam e deturpam, alguns até já os têm como terroristas, são perigosos, subversivos, estúpidos também. E veja só você, são tão cruéis que te puseram a bomba nas mãos, no umbigo, mais precisamente, e te deixaram ai a ver navios.
                _ E o senhor, uma vez que não me entregou para meus caçadores, posso pressupor que me ajuda?
                _ Sim, ajudo pois acho um absurdo o que lhe fizeram, mas, também, pois tenho de reaver meu machado, tenho de trazê-lo de volta, de pegar o que me pertence e é de direito. E eles, tenha certeza de que, pelo que fizeram a mim e a ti, terão dos castigos o maior.
                ...
Pisc!k
To be continued

7 comentários:

  1. Este machado faz ele se multiplicar e se tornar vários? O que ele havia lembrado (de quando ele ainda era objeto)?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Calma lá
      Tudo a seu tempo!
      Ainda temos mais uma parte... ^^
      Esses mistérios só o Marco pode, ou não, desvendá-los
      Wait!

      Excluir
  2. Quando saí a próxima parte?

    ResponderExcluir
  3. Achei que ia ser ontem.
    Agradecida! :)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. atualizo, na verdade, segundo o próprio Marco, ele irá finalizar a história em duas partes, sendo uma nesta quinta e uma no domingo...

      Excluir
  4. :o
    Confesso que foi uma surpresa para mim o final em duas partes, mas pelo o que acabo de ver nos bastidores muitas coisas legais nos aguardam!
    (Aparentemente as "duas partes" já estão prontas, mas não quis espiar seus escritos até a hora certa, mas já estou cheio de expectativas)

    ResponderExcluir