Loucos por ações do Greenpeace


            É engraçado como, hoje em dia, todos são partidários do meio ambiente. Como se isso fosse um crachá, um cartão vip que permite a entrada em qualquer clube que quer ser bem visto na sociedade. Atores, cantores, políticos, empresários, madeireiros, mineradores, pescadores de baleias; é uma classe tão miscigenada e tão complacente!
É muito simples se tornar “defensor” do meio ambiente sem fazer nada, absolutamente nada, para de fato defendê-lo. São frases prontas, argumentos gastos e castigados pelo uso intenso na mídia sensacionalista, e pronto, você entra para o grupo dos mais polidos indivíduos, de inocência e bondade transcendentais: os ambientalistas.
Não é o caso de uma causa infeliz, inútil ou ruim, a causa não é o problema.  O problema aqui reside onde o faz em quase todas (senão todas) as outras coisas problemáticas desse mundo onde o homem deita as mãos. O problema é a hipocrisia, a escória das desgraças humanas. É ela que permite que em qualquer organização, inclusive as que são fundadas em meio a objetivos nobres, sejam encontradas brechas para o oportunismo, a corrupção e a mentira.
Mas é claro, esse tipo de atitude, onda, moda, não triunfaria se não tivesse um importante patrono onde sustentar suas bases. A forte Europa (ou pelo menos a que costumava ser forte) e os atrativos norte-americanos são esses patronos. Seus domínios são regiões onde praticamente não existe mais fonte de matérias-primas; suas florestas foram exauridas, derrubadas, incendiadas; seus habitantes vivem numa selva cinzenta, de céu cinzento, de pedra e sujeira. Mas pelo menos atingiram o seu progresso industrial, não é mesmo? Pelo menos são as potências, o primeiro mundo, os líderes. E nós, eternas colônias, fazemos o quê? Curvamo-nos perante seus canos fumegantes.
A natureza dos países “desenvolvidos” é o que eu chamaria, sem pestanejar, de apocalíptica, mas a nossa não vai tão longe de disso por muito tempo, e grande parte disso é por conta deles mesmos, com o advento da globalização. Enquanto nós temos indústria e tecnologia tão atrasadas, nos vemos agora de mãos atadas pelos embargos das corporações ambientalistas. E, castrados como somos, aceitamos tudo isso e ainda lutamos numa guerra contra os nossos próprios interesses!
Já exploraram tudo o que havia para ser explorado nos “centros do universo” e um pequeno e pouco ambicioso produtor sofre todo tipo de limitação por conta de leis ambientais mais controversas até que as próprias causas do aquecimento global. E no meio disso tudo, as ações do Greenpeace não param de subir...

3 comentários:

  1. Então devemos seguir o exemplo dos Irmãos do Norte? Desenvolvimento a todo custo? O que eu vejo que estamos tentando fazer, claro, por pressões externas, é um desenvolvimento sustentavel, que ainda está terrivelmente insustentavel, mas seguir o caminho pelo qual eles já passaram é, a meu ver, burrice e suicídio.

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  2. Parece mesmo que o grande mal do planeta é o homem. Se o meio ambiente está aniquilado, lá vai o ambicioso querer lucrar em cima disso também usando do falso moralismo. "Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço".

    O que me deixa puto em relação a onda da consciência ambiental é o egoísmo humano. Nós humanos, em sua grande maioria, só estamos preocupados com a preservação do meio ambiente porque os nossos próprios rabos estão em perigo e não porque nos importamos com as árvores, rios, animais e etc. Falaríamos um grande foda-se para todo o meio ambiente se este pudesse ser totalmente aniquilado sem trazer malefícios para nós. Egoísmo, puro egoísmo.

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