Voto caçaníquei

Porque todo ano fazemos esta roleta russa?

                A primeira coisa que deve ser analisada para se entender a gravidade da situação, é perceber que você (sim, você, caro leitor), deve estar espantado ou, no mínimo, intrigado por eu abordar este tema. “Poxa vida, não é época de eleição ou qualquer coisa relacionada à política, porque é que o Ian vai falar deste tema tão chato agora?”. Ééé, caro leitor, pra você que pensa que política é um assunto que deve ser discutido de quatro em quatro anos, eu tenho uma humilde pergunta a lhe fazer: Você pensa?
                Política, um tema chato, mas que, justamente por ser tão pouco debatido, trás muita dor de cabeça para o cidadão, especialmente o cidadão que carrega o adjetivo BRASILEIRO nas costas. O brasileiro trata de política igual trata do exame de próstata. “Há, esse ano eu não fiz, mas ano que vem eu passo lá no médico, até porque não to sentindo nada, minha próstata ta zero bala!”. E ai, algum tempo depois, você descobre o infeliz câncer. É o que vai acontecer com a gente, se é que já não está acontecendo.
                Eu fico pensando se a população é Inocente ou só está sendo hipócrita mesmo, falam mal dos políticos até terem calos na língua, como se isso fosse dar algum resultado. Isso porque se o político falasse “querem uma praça ou uma escola aqui no bairro”, 90% da população responderia querer a praça. O povo fala mal da própria escolha, isso é meio irônico, não? É como você optar por comer carne de vaca todo dia e dizer que acha uma droga e que a carne de frango, que também estava entre as possíveis escolhas, fosse melhor. Mas também né, pra que é que eu vou discutir política, nãããoo, poxa vida, o FUTEBOL que passa toda quarta-feira de noite tem muito mais influência no meu futuro. Entendem? Ok, a descrença do povo brasileiro em relação à política é “compreensível”, mas nem por isso pode ser tolerada. A gente fica ai nessa lerdeza enquanto os políticos fazem como querem com o nosso suado tributo a união.  E ai fica tudo belo no dia da eleição, faz-se uma análise com MUITA, MAS MUITA boa vontade e roda-se a roleta, também conhecida como URNA ELETRÔNICA, se o político não for bom, a gente pega o que estiver sendo dito sobre ele no Jornal Nacional, colocamos uma Goloz elegante e levemente indignada e repassamos o texto em alguma conversa de buteco durante o intervalo do jogo, não pode durar mais de quinze minutos a discução, mas também, o cérebro de um animal que faz isso não seria capaz de gravar um texto de quinze minutos.
                Não é segredo pra ninguém que esta situação é muito confortável para os maus políticos, que são maioria, e que ele não farão nada para mudar esta situação, pelo contrário, o caótico pão e circo que temos hoje só prova que eles estão afim mesmo é de agravar o quadro. Isto é pura matemática, caro leitor. Pense bem, se a roleta-russa é um jogo de probabilidade e há um número maior de políticos ruins do que de políticos bons, a chance, nessa roleta, de sair algo que preste é bem menor do que a chance de sair a bala que vai explodir a cabeça de muito gente. Mas a gente não enxerga isso, ou finge não enxergar, e faz uma ou outra por achar que política é um tema que não fará diferença ou que está muito distante de nós, que não tem solução. Além de atrasado, é, no mínimo, idiota.
                Você vota conscientemente, caro leitor? E quando digo votar, não me refiro a ir à urna no dia da eleição, digitar alguns números e depois esquecer que o político existe. Temos que cobrar dos nossos representantes, temos de saber se eles estão realmente cumprindo com seu papel, nem é algo tão difícil assim de ser feito, temos sites ai com as contas públicas, com gastos e arrecadação, não fazemos porque não queremos, por este simples,único e ridículo motivo.
                Não estou falando aqui que devemos virar ativistas políticos, que devemos erguer uma bandeira partidária e sair às ruas proferindo manifestos, estou falando apenas que não devemos nos iludir com a ideia de que a política não muda nada na nossa vida, quem dera não mudasse. Não é mais do que dever cívico dar uma simples estudada na ficha dos candidatos a cargo público, não custa muito, e em alguns casos é até hilário, assistir a um debate, não custa nada votar conscientemente, pelo contrário, é algo que, a longo prazo, é muito bem remunerado.    
                Como o povo não gosta muito de pensar sobre este tema, vou dar minha contribuição: Povo, quando for pensar em política, pense nela como perder a virgindade, dói, a princípio, mas com o passar do tempo percebe-se que quanto mais se faz, mais fácil e edificante fica. (Se coloque na situação da mulher para fazer essa comparação, homens não sentem dor ao perder a virgindade, a não ser que você... Bem...)

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Ps: Mais uma vez deixo aqui os meus agradecimentos ao nosso PARCEIRO MASTER Humor Ateu, que foi novamente o parceiro Top do mês.

Comentem! Vlw!

2 comentários:

  1. Cara, que medo, pensei que você fosse sair de Nárnia assim, abertamente, com essa conversa de sentir dor ao perder a virgindade...

    E eu nem acho que seja que nem roleta russa. Porque, além de estarem em menor número, os "bons" políticos não têm aquele estrondoso marketing nos bastidores. E isso, quase só isso, é o que define quem ganha eleições.

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  2. O povo brasileiro tem os representantes que merece. Vive reclamando que políticos não prestam, que o Brasil não tem solução e blá blá blá, mas chegam as eleições e elegem diversos Tiriricas...

    Concordo também que é o peso do marketing político que faz vencedores nas urnas. Afinal de contas quem conhecia Dilma antes das eleições? Ou um Alcides Rodrigues?

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