E as coisas continuam piorando
“Oh, let the sun beat down upon my face…”
O carro estava em altíssima velocidade
e sem cintos de segurança. A razão de não ter cintos de segurança era
justamente o fato dele ter sido inteiramente remodelado, porém alguém achou que
os cintos eram dispensáveis.
“Stars to fill my dream. I am a traveler of
both time and space…”
Alguns poucos zumbis iam sendo atropelados sem o menor receio, bastava
que entrassem no meio do caminho. A delegacia havia ficado para trás há horas.
No carro, tocava, no máximo volume, a música Kashmir, do Led Zeppelin
“This world has seldom
seen. They talk of days for which they sit and wait”
_Você já ouviu essa música cinco
vezes, Fronrel, troca essa poha.
_Só mais
essa vez, fazia tempo que eu não escutava Led.
Eles
bebiam uma garrafa de Jack Daniel’s.
_ Eai,
vai ir encontrar seu pessoal agora?
_
Provavelmente, só que tenho que ter certeza de que a polícia não vai os colocar
em risco.
O leitor
deve estar intrigado, deve estar no mínimo se questionando sobre a ausência de
algumas informações neste singelo inicio de história. Bem, para não contrariar
os mais perspicazes, aqueles a quem a ausência de alguma informação sobre a
fuga do Fronrel da Prisão se mostrou nestas primeiras linhas, irei pausar esta
pífia narrativa para contar-lhes a não tão emocionante fuga do presídio.
-----Algum tempo antes disso tudo que
você já leu...-----
Fronrel
estava preso em uma sala, algemado de mãos para trás em uma cadeira. Dois
policiais adentram o recinto. Sem dar tempo nem de se perceber suas gordas
presenças, dão, cada um, um soco no Fronrel, não um soco forte, apenas um soco
para avisarem que não estão de brincadeira; O primeiro no estomago, o outro na
face, não no nariz, como o leitor pode estar tentado a visualizar, mas na
lateral, próximo à orelha.
_ E
então? O que vai ser?
_ Como
assim o que vai ser? De que estou sendo acusado, em primeiro lugar?
Os dois
responderam em uníssono
_ NÃO ESTAMOS
ALTORIZADOS A RESPONDER ESSA PERGUNTA!
_ Então
como diabos eu posso saber o que tenho de responder?
_
DEVERIA TER PENSADO NISSO ANTES DE COMETER CRIMES! – Novamente em uníssono
_ ¬¬. Certo.
Bem, posso lhes dizer que tudo que fiz foi visando minha sobrevivência.
_ DISCORDAMOS!
_ Como
assim, discordam?!
_ NÃO
ESTAMOS ALTORIZADOS A RESPONDER ESSA PERGUNTA!
_ ¬¬².
Então me tragam alguém que pode! Caramba, está um caos lá fora, a cidade está
tomada por zumb...
_ Mas
vejam só que estão aqui!
Neste
momento havia entrado um Policial de Alta Patente na sala, Fronrel não tinha
certeza, mas parecia ser o delegado.
_ Não
precisa ficar tentando confundir estes abeis soldados, Fronrel. Cuidado
rapazes, ele tentará lhes convencer de uma série de absurdos.
_ SIM SENHOR!ESTAMOS
ATENTOS, SENHOR!
_Certo,
podem descansar um pouco, vão tomar um café ou coisa que valha, eu cuido do
interrogatório de agora em diante.
_ SIM
SENHOR!
Os
soldados saíram da sala, o Policial de Alta Patente trancou a porta.
_ Se eu
demoro mais um instante... Você tem alguma ideia do que anda fazendo, Fronrel?
Está ai badernando, espalhando a desordem, não se envergonha?
_ MEU
DEUS! NINGUEM ME ESCUTA! Têm um monte de ZUMB...
Nesse
instante o Policial de Alta Patente tapou a boca do Fronrel com a mão e sacou
sua pistola. Falou a meio tom:
_ Cale a
boca, ok? Chega dessa história de zumbis e o escambal – havia um sorriso no
rosto do Policial de Alta Patente.
De
repente o Fronrel entendeu, percebeu que a enrascada em que havia entrado era
maior do que pensava.
_ O
senhor sabe.
_ Eu
sei? O que?
_ Porquê
ninguém os está impedindo?
_ Bem,
somente um louco como você gostaria de impedir o progresso.
_
Progresso?
_ Sim,
Fronrel, progresso. Ideias, Ideias geram disputas, já parou pra pensar a
respeito? Conhecimento gera ambição, com ambição a felicidade se torna cada vez
mais difícil de ser alcançada. Agora eu te pergunto, não seria melhor se todo
mundo vislumbrasse a mais intensa das felicidades com um simples trabalho
braçal? O que fizemos, desde muito tempo, foi, aos poucos, atrofiar a mente
humana. A mente humana tem um potencial incrível, sabe? Mas o problema é que
quando se sabe muito, é muito fácil ficar insatisfeito. Então nós, com esse
genial plano, solucionamos o problema, já que a função principal dos governos é
zelar pela felicidade de seus povos.
Fronrel
estava querendo voar no pescoço do policial, sentia uma real vontade de matar.
O que aquele animal sabia sobre felicidade?! Fronrel segurou a raiva, precisava
conversar mais um pouco com aquele sujeito odioso. Entre os dentes, perguntou:
_E
vocês, governantes, quando é que passam a participar?
O
Policial parecia surpreso com a pergunta?
_ Como
assim? Precisa-se de algum para reger, alguém que mande os Novos Humanos para
seu serviço, onde conseguirão o ápice de sua felicidade. Imagine, um NH(Novo
Humano) é feliz colhendo cana-de-açucar, só que em algum momento a cana vai
acabar de ser colhida e ele não saberá o que fazer, sentirá falta daquela
sensação gostosa que sentia com o trabalho manual, e é ai que nós, os governantes,
as grandes corporações entramos, nós ficaremos com o árduo trabalho de
administrar a boa vida dos NHs. O que você vê hoje, Fronrel? Ter conhecimento
não é primordial para ser feliz, as pessoas querem é felicidade, independente
dos custos à isso. Se uma pessoa é feliz usando um tennis Nike, foda-se se ele
é manufaturado por uma criança escrava na China, as pessoas não se importam,
não ligam a mínima, e é isso que o ser humano é. Felicidade a todo custo, este
é o lema, só estamos barateando o preço.
_Só que
essa não é uma felidade verdadeira, né?
_
Exatamente, e é por isso que nosso plano dará certo. Se as pessoas já lutam
para proteger este estilo medíocre de vida, sim, eu também acho medíocre, uma
vez imerso nessa quase sufocante felicidade, você acha mesmo que eles vão
querer ficar ouvindo alguém falar asneira sobre Sustentabilidade? Sobre
Política Humanitária? Sobre Marx? Sobre Platão?
_E agora
que você me contou tudo isso, o que será de mim?
_ Essa é
uma resposta meio óbvia, não? Mas na verdade você tem uma alternativa para
prolongar sua vidinha medíocre, você vai nos indicar a localização dos seus
amig...
Um dos
policiais que estavam na sala naquele instante, sua cara era de desespero.
_ SENHOR!
Pessoas INSANDESIDAS ESTÃO ATACANDO A DELEG...
Nesse
momento Fronrel pensou “zumb...”, mas não teve tempo de terminar seu
raciocínio, uma explosão enorme destruiu a lateral da sala.
Tudo
ficou confuso na cabeça do Fronrel, ele estava no chão, a boa notícia é que
podia ficar de pé, a cadeira em que estava havia quebrado, a má era que ainda
estava algemado. O Policial que havia vindo dar a notícia estava morto, o
Policial de Alta Patente estava meio grogue, tentava se levantar, rapidamente
Fronrel levantou-se e deu-lhe um fortíssimo chute na cara. Foi até os destroços
e pegou seus pertences, sua jaqueta estilo blazer, e seu revolver. Correu.
A
delegacia estava um caos. Agora que a adrenalina havia passado que ele se deu
conta do enorme ferimento no seu braço esquerdo, pelo menos era o esquerdo.
Andando entre os corredores, viu que, na explosão, uma grade havia sido
quebrada e os presos locais estavam escapando.
_ Hey,
brother! Me ajuda aqui, eu fui algemado por esses policiais filhos da puta...
_
Rapido, Rapido!
Fronrel
virou de costas e quando viu, já estava solto. O preso ainda disse “te cuida”
antes de desaparecer entre os destroços.
Aquele
lugar parecia um labirinto maldito, Fronrel precisava achar a saída. Até que
viu uma sala que fez seus olhos brilharem. Era a Sala das Armas. Pegou alguns
revolveres, nunca gostou muito de pistolas; uma submetralhadora e uma escopeta,
pegou uma mochila e encheu de munição. Saiu.
Ao
chegar na garagem, se desesperou. Nenhum Carro. A frente da delegacia estava
lotada de zumbis. O que os impedia de entrar na garagem era um portão
mequetrefe que não iria aguentar muito tempo. “E agora?” Fronrel buscava uma
solução, até que, bem próximo aos seus pés, um bueiro se abriu. “Fudeu”.
Fronrel já saca seu revolver.
_ Relax
man, vim te salvar.
Era o
Choreilargado, seu grande amigo de muito tempo. Fronrel ficou imensamente
aliviado de vê-lo, desde o inicio da confusão não havia conseguido falar com
ele.
_ Não
fica ai dando trela, entra logo.
Fronrel
entrou.
_ E como
foi que você me achou?
_ Desde
que você foi preso, a gente ficou preocupado...
_ A
gente?
_ É, mas
agora não é hora de ficar discutindo isso, vamos logo, tem um carro esperando a
gente- Ele disse isso com um sorriso entreaberto
E é
isso, caros leitores, não a nada mais a ser dito sobre a fuga do Fronrel.
Claro, muito provavelmente, ele contará essa história de uma maneira muito mais
poética e aventureira, mas isso foi o que ocorreu.
--------Voltando à cena inicial--------
_ Quem está com você?
_ A gente montou um grupo de
sobreviventes, um grupo bem pequeno, na verdade. Basicamente somos eu, minha
família, o Jc, o Hh e o Jimmy.
Fronrel não pode deixar de
pensar, onde estariam os seus pais nesse momento? Seu pesamento foi
interrompido pois, nesse momento passaram por uma Lan House. “Vamos lá, eu
tenho que avisar o pessoal que ta tudo ok.”
“Fronrel – Relax, pessoal, estou
vivo.”
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E aconteceu o MILAGRE! Sim, O MILAGRE! Recebi a primeira Crônica de Pós-zumbis! \õ/
Meu grande amigo Eduardo, do blog Chorei Largado, me enviou uma crônica, muito boa por sinal, para lê-la basta CLICAR AQUI!
Se você também quiser enviar a sua crônica, saiba como Clicando Aqui!
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E é isso pessoal, a série voltou, para a alegria de alguns e a infelicidade de outros. Mas a vida é assim né...
Ps: Mesmo esquema de sempre, postagens às segundas-feiras
COMENTEM!
senti falta do monquei, o galã da série...
ResponderExcluirO esquema de sempre vai ser alterado gente =x
ResponderExcluirConfesso que a culpa é minha! =/
asuhsauhsaushausahusah
Ficou muito foda o retorno!