Smoke underwater - 2

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     A festa caminhava bem, na bera da piscina, sob a lua cheia, com ótima música, excelente carne, bebidas variadas e com risadas levemente  até que alguém empolgado resolve soltar fogo de artifício e acaba incendiando a casa do vizinho acidentalmente. Chamas surgiram, se expandiram e se espalharam numa velocidade surpreendente. Saía tanta fumaça da casa que no reflexo da piscina parecia até sair da própria água tal imagem. Novamente aquela mesma situação da manhã. Smoke underwater. Fire in the sky. Resolve então mergulhar atrás. Ohhh Barracuda!
     Dessa vez a água adquiria uma densidade diferente. Era a mesma água salgada de antes, mas diferente. Upside down. Um redemoinho então surgiu e o puxou mais para baixo, foi quando percebeu que no meio de águas agitadas seu centro é calmo e seco. De repente estava em um local calmo e seco, seco o suficiente para perceber que ali não chovia a meses.
     Em meio ao desespero que lhe abateu de forma inexplicável começou a correr até não saber mais se estava molhado pela água, suor ou lágrimas, e foi isso que o fez pensar "qual a diferença entre aquela água marítima de antes com outro fluido corpóreo qualquer? o que lhe da a certeza de que aquilo não seria um mar de lágrimas?"
     Esse pensamento não foi adiante, pois naquele momento achara no horizonte aquele mesmo caballu de sua manhã, mas com uma diferença, quando este o viu, fez uma afeição sorridente.

     — Que bom que você voltou! — Pronunciou o mamíferanfíbio ungulado hipomorfo silvestre.
     — Mas achei que você me queria expulso daqui. — Indagou o homo sapiens.
     — Era a única maneira de saber se você realmente pertencia ou não a este lugar. Ninguém pode te expulsar, apenas você mesmo.
     — E que lugar é este mesmo?
     — Naquele onde você aprende a diferença entre a felicidade do saber e a felicidade da ignorância sem negligenciar nenhum deles e saber conviver com ambos... Para isso começaremos por contar mentiras para mostrar a verdade.
     — Isso é tudo meio confuso para mim, poderia me esclarecer um pouco melhor as coisas antes de começar sei-lá-o-que que você iria iniciar? Como poderei saber que posso confiar em você?
     — Qual serei a graça se pudesse... e não se preocupe, ao longo do "tempo" as coisas se esclarecerão, apenas lembre se daquele momento de sua infância em que você pensava ser possível alguma coisa e tentava com uma fé incondicional, sem nenhum medo de tentar, sem nem mesmo pensar muito naquilo, já que nem muito conhecia as leis que regiam aquele universo. É sobre o poder que o humano possuí em seu genes, mas que se torna inacessível a medida que se corrompia. O acesso aquilo que chamas de paranormalidade, que de normal tem de sobra, porém não muito comum, pois, claro, não tens tempo.
     — Como aquelas meditações que pessoas ficam anos paradas sem comer ou beber nada e sobrevivem?
     — E vivem! Sim, de certa forma também!
     — Posso só antes voltar para minha casa e pegar meus óculos de leitura?
     — Claro que pode.
     — E como faço para acordar?
     — Isso não é um sonho para ficar acordando, basta lembrar se que está com pressa de fazer algo, estar atrasado para alguma coisa e ter a sensação de que deixou a porta destrancada. Falar nisso, você lembrou de desligar a luz antes de trancar a porta? Você trancou a port- [?]

     Luz ao céu! Eletromagnética. Fótons. Onda. Partícula. Aquecimento. Reflexão. Refração. Difração. Absorção. Iluminação!
     Claros raios do sol nascente vindos do oeste...

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