É direito constitucionalmente
garantido aos trabalhadores, todos eles, greve.
De que outra forma poderiam estes
enfrentar o poder dos detentores dos meios de produção, exploradores da mais
valia? Porque, não se enganem, os patrões têm tudo nas mãos: a mídia, a
polícia, os vigilantes, os sabotadores, os formadores de opinião e os
executores, e, o mais importante de todos, o capital.
Só através da união e da
organização é que os trabalhadores podem alcançar a evolução, seja ela a
melhoria de condições de trabalho, de salário ou de simples reconhecimento. Mas
existe uma máquina, um sistema montado para sustentar uma economia que se
baseia na exploração: garantem-se os baixos preços não com um processo de
produção barato, e sim com o menor gasto possível com a mão de obra. Um sujeito
sozinho não é nada nesse sistema, não passa de um número pequeno, dispensável.
A máquina só pode ser abalada por multidões. E não se considerem fracos e
inofensivos por isso, nós derrubamos uma ditadura de militares muito bem
armados e preparados pra matar!
Tudo isso acima consta para
introduzir um assunto do qual meus caros leitores talvez não saibam muito: a
greve das universidades federais brasileiras. Por seus respectivos motivos, as
redes de informação parecem evitar falar disso e, se falam, é num tom que tenta
conferir tanta irrelevância à notícia que, convenhamos, merecia muito mais
destaque do que os assassinatos do “dono da Yoki” e da “irmã da mulher da
fazenda”.
Depois de assembleias
conturbadíssimas, onde professores entregaram-se aos calores da discussão, foi
decidida através de plebiscito nessa quarta feira (13/06) greve geral dos
professores da UFG a partir do dia dezoito desse mesmo mês. E isso foi apenas
os campi de Goiânia acompanhando uma decisão previamente tomada pelas outras
instituições do estado. E escandalizem-se: vocês podem não saber, mas quase a
totalidade das Federais do país estão em greve, tornando a UFG uma das últimas
a aderir. Os alunos da universidade, através do DCE recentemente eleito,
optaram por apoiar a greve dos docentes e trazer próprias reivindicações. Outro
fato interessante é que os Técnico-administrativos já estão em greve também.
A educação superior do país está
parada. Os professores exigem mais estímulo ao plano de carreira, subsídio à
pesquisa, melhores instalações, aumentos salariais; os alunos, por sua vez, melhor
infraestrutura, mais investimento na educação em si, mais verbas dedicadas às
instituições, professores e administradores mais capacitados e etc.
Se a educação para, o mundo devia
parar. Mas, como sabemos em detalhes, não é bem assim que acontece no Brasil...
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