O rei Muhammad 6º do Marrocos deixará de ser “sagrado” segundo a nova Constituição do país, informou nesta sexta-feira (17) um líder sindical que teve acesso aos rascunhos da nova Carta Magna. De acordo com a nova Constituição, o país se tornará um “Estado muçulmano” e o rei, apesar de perder sua divindade, continuará como líder religioso do Marrocos. [¹]
Quando li a manchete “Rei do Marrocos deixará de ser sagrado” logo pensei que isso só podia ser uma piadinha. Mas então, instigado pela coceira jornalística, li toda a reportagem e me espantei: o pobre do rei não será mais sagrado! Tudo bem, não deixou de ser uma piada.
A Primavera Árabe, como chamam por aí as revoltas contra governos opressores nesses cantos do mundo, não deixou de incomodar ninguém. A elite marroquina, em toda a sua sagacidade, já começou a agir, tratou de jogar água nos pavios antes que eles levem o fogo até a pólvora. Pois, por mais que pareça absurda e risível essa alteração na Carta Magna, é considerada como um grande passo.
O primeiro ministro assumirá as rédeas do negócio todo e, imaginem só, a função do rei será de “Comandante dos Crentes e supervisor da liberdade religiosa”. Comandante dos crentes é, sem dúvida, um belo título e talvez seja tão importante quanto Líder da associação de caçadores de unicórnios que só trotam de manhã cedo. Supervisor da liberdade religiosa é ainda mais interessante e pitoresco, se é que isso é possível. Como pode um país que se considera um Estado Muçulmano supervisionar através de um rei outrora sagrado a liberdade religiosa? Não tive acesso a tal Carta, mas acredito que, para não gerar essas confusõezinhas, nela deve constar um sub-item dizendo: “Entenda-se a liberdade religiosa como direito que o cidadão que paga seus impostos e respeita as hierarquias muçulmanas tem de deitar seu turbante para se curvar perante Alá”.
Mas a verdade é que querer que um Estado seja realmente laico, mesmo hoje em dia e mesmo aqui no ocidente, está além da realidade. Alguém me explica aquele “Deus seja louvado” no pouco dinheiro que temos no bolso? Deve ser outra piada.
Ah, é como qualquer outra coisa. E isso se resume no que o bom e velho Comediante diria:
Se eu fosse muçulmano não aceitaria ser comandado por um ex-sagrado. É como, sei lá, seguir o Inri Cristo.
ResponderExcluirSobre o Estado laico, eu acho uma grande falta de respeito com todas as outras religiões. Se você é budista e vê a imagem de Cristo estampada nos ambientes políticos, concluiria que o Estado subjuga a sua religão... Pelo menos eu pensaria assim.
ResponderExcluirO post de cima é sobre a "falta do Estado Laico". Porra, não tem com apagar o post pra arrumar não?
ResponderExcluirMalditas postagens! Mal consigo ver os seus movimentos.
tem sim... vc quer q apague?
ResponderExcluirSó queria colocar "a falta do" no começo. Mas tá de boa.
ResponderExcluir:D