Função Comoção


                Steve Jobs is dead. Right.
                Pois é, um inegável gênio morreu, deixou um grande legado, era um mestre nas citações históricas e, sem sobre de dúvida, vai fazer falta. Mas me surge uma pergunta, até onde a comoção é intencional e não “programada”? Ora, basta pegarmos um exemplo relativamente recente: Michael Jackson. Era dito pedófilo, louco, problemático, deturpado, senil e coisas do gênero. Depois de muita lenga lenga e um caixão fechado todos choram a morte do Rei do Pop. Evidentemente esse “padrão” não se encaixa no currículo de Mr. Jobs, mas vale a pena dar uma refletida no assunto, ao menos do meu humilde ponto de vista. Morrem milhares de pessoas por falta de atendimento às necessidades básicas todo santo dia e ninguém chora a morte delas. Vale a pena lembrar que MUITO PROVAVELMENTE a vida delas foi bem mais curta e infeliz do que a do Sr. Jobs. Ok, Ok, ele revolucionou o conceito de computadores e tecnologia e desenvolveu mercadorias em aço escovado, tudo maravilhoso, mas a questão levantada é que ele morre, mas os que compartilhavam das ações não, e ai vira aquela tripudiação em cima da morte do “Gênio”.
Daí é o circo que Eles adoram ver, vendas lá no auto, comparações com cristo e dinheiro nos bolsos. Foi assim com qualquer outro, também é com ele. Agora, por exemplo, não é interessante você chorar a morte dos que morrem de fome, isso não dá dinheiro, mas não duvido que, caso as pessoas passem a olhar para essa situação, comecemos a arrumar um meio de fazer dinheiro com isso também.
                Talvez o exemplo mais recorrente na minha cabeça seja o Michael Jackson por ter sido o mais recente, ou, ao menos, o que acompanhei com mais proximidade. Em vida, pelejaram a todo custo para retirar as acusações de pedofilia e não deu em nada, daí, com a sua morte, vem uma criancinha melequenta e diz que as acusações eram falsas, que ele nunca havia abusado dela, que a acusação era para ganhar dinheiro e coisas assim. Não duvido que tenham pago a criança para dizer isso, e não é porque eu acredite que o Michael era pedófilo, nada disso. É que é muito mais plausível do que acreditar que em dado momento uma conversa assim acontece:
                “Pai da criança supostamente abusada liga a tevê bem no momento em que anunciam a morte do Michael. Atordoado, chama a esposa:
                _ AMOR! Michael morreu!
                Ela fica estática. Seus olhos vibram e é visível neles o remorso. Desaba em choro.
                _ Meu Deus! Por quê fizemos aquilo? Por quê?!
                O marido também desaba em remorso.
                _ Cometemos um erro tão grande, como fomos tão cruéis com o pobre Michael...”
                É assim com todos. Fazem da morte o mártir e assim todo mundo sorri em cima de cifrões.

2 comentários:

  1. Os livros sobre a morte de MJ e SJ estavam nas livrarias antes mesmo dele morrer D: isso que é comoção.

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