Cyber Vida


                Estamos na era da computadorização, de modo tal que já não nos damos com a remota possibilidade de viver sem determinadas ferramentas da atualidade. Sou completamente a favor das novas tecnologias, do avanço propiciado à medicina e tudo mais que esta onda tem como efeito, porém, como tudo no homem, é o destempero, a ausência da justa medida que me causa medo.
                A força-motriz deste post foi minha tomada de conhecimento de um produto que a Google vem desenvolvendo. Chama-se: Google Glass. Trata-se de um óculos de realidade aumentada, ou seja, trará integração direta de diversos serviços diretamente nos seus olhos: Serviços de mensagem, videoconferência, informe das horas, temperatura do ambiente, GPS, serviço de compras, agenda, câmera, dentre outros serviços. Tudo isso diretamente interligado a você, e a ferramenta é administrada por controle de voz.
                Naturalmente que se trata de uma ferramenta revolucionária, algo que trará agilidade e comodidade (ainda mais) à vida humana. E naturalmente que tem pontos extremamente vantajosos, mas será que estamos no caminho certo? Será que tudo tem de ser assim tão automático? Há, por exemplo, uma cena no vídeo demonstrativo do produto (ao final do post) em que o sujeito entra em uma loja (o vídeo é em primeira pessoa) e, ao entrar, pergunta ao óculos, “onde está a sessão musical?”. Realmente precisamos deste nível de urgência? De não poder nem mais se dar ao prazer de ir percorrendo uma livraria em busca do que se quer? Mas nem é esse o grande dilema que este adereço me fez refletir, a questão, para mim, é: Onde isso para? É fácil, o óculos é removível, no momento em que quisermos, o tiramos do rosto e já está, mas e quando começarmos a embutir tais mecanismos irreversivelmente em nosso corpo? E não sou um destes saudosistas antitecnológicos, muito pelo contrário, sou um grande entusiasma das novas tecnologias, só creio que talvez o homem esteja embevecido demais com tais artigos para se lembrar de coisas mais humanas. Não quero soar conspiratório, mas tenho medo de uma possível época em que as máquinas sejam um adereço indispensável até mesmo nas mais simples interações humanas. A nossa necessidade pelo prático nos tem feito cada vez mais esquecer que o comum, que o natural, que o artesanal também tem sua beleza, também tem seu valor.
                Fato é que ainda subiremos muito nesta escada, mas deveríamos refletir mais sobre as relações humanas neste sentido, no “onde” o convívio indispensável com as máquinas está nos levando.
                Well, confesso agora que, ao reler o texto, não sei se ele ficou muito claro, mas era só uma espécie de medo reprimido. O que vocês acham, leitores?

Video demonstrativo das funções do Google Glass:


3 comentários:

  1. A princípio, automaticamente, veio-me aquele arcaico preconceito antitecnologico. Mas pensando melhor, historicamente muitas das inovações tecnológicas foram vistas negativamente, mas acabou que deram muito certo, como o uso do papel impresso, no inicio alegou-se extinção do manuscrito, mas sincronicamente vemos que não é bem assim, e a ferramenta é extremamente util.
    Mas deve ser pensado melhor a repercussão que esse equipamento terá, como o aumento da comodidade humana. Parece ser muito interessante e útil, mas será que é realmente necessário? Ate certo ponto sim, em empresas principalmente. É difícil julgar uma ferramenta tão nova, mas em suma, vejo como mais um fruto capitalista que visa controlar, de certa forma, as pessoas que usufruem do produto. Eu arriscaria usar, imagino que será legal, mas deve sempre haver a moderação.

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  2. Acredito que para tudo exista um limite, até mesmo para a tecnologia. Mas, infelizmente exagerados sempre aparecerão.

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  3. Google Glass será lançado em 2013; pré-venda começa em US$ 1,5 mil
    http://tecnoblog.net/105845/google-glasses-2013/

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