E se eu dissesse que te amo? É isso mesmo, agora, enquanto você lê, eu digo que te amo. Está certo, nós não nos conhecemos bem, são só alguns segundos de leitura distraída. Mas há motivos para duvidar do meu amor? Não! Então encare o fato: eu te amo tanto quanto você me ama.
Parece estranho posto dessa maneira, mas não é nada estranho no seu dia a dia, não é? Claro que não. Pesquisas indicam (pesquisas feitas por mim mesmo, mas isso não vem ao caso) que o amor não tem mais o significado que costumava ter. O amor não é mais íntimo e indizível. ‘Eu te amo’ não passa de um cumprimento.
Por que isso teria acontecido? Eu me pergunto o mesmo. Teria o homem se tornado tão científico e racional que o coração não mais passaria de uma insignificante bomba de sangue?
Quem não atirou ‘Eu te amo’s aos ventos sem nenhum significado? Quem nunca disse amar alguém depois de poucas semanas? Seja sincero, pois, como já disse, eu te amo e não se mente pra pessoas amadas! Bem, eu também não posso mentir então. Confesso: já disse ‘eu te amo’ a alguém a quem seria mais apropriado dizer ‘eu me arrependo de ter te conhecido’!
E sabe de quem é a culpa? É da maldita internet. É tão fácil dizer que se ama pela internet. E é tão difícil amar verdadeiramente, quem dirá confessá-lo à pessoa amada!
Se imagine no cenário seguinte e todos estes sentimentos fingidos te causarão aversão: um banco de praça, um sol tímido no início de uma manhã, o vento soprando entrementes, pássaros cantando baixinho no fundo, sossego e paz. Mas, acima de tudo isso, está o som da respiração da pessoa a quem você mais quer bem. Os corpos estão colados e então o outro se vira e fala no seu ouvido. Causa arrepios. Vocês se conhecem, se gostam há anos. Você não esperava que isso acontecesse e se assusta de início. Mas logo depois tudo é fantástico, é perfeito. E esse é o verdadeiro valor de um ‘Eu te amo’.
Ai, quem me dera... Vinicius disse assim e mais do que isso eu não seria capaz de dizer, nem seria preciso.
Ai quem me dera percorrer estrelas
Ter nascido anjo e ver brotar a flor
Ai quem me dera uma manhã feliz
Ai quem me dera uma estação de amor
Ah! Se as pessoas se tornassem boas
E cantassem loas e tivessem paz
E pelas ruas se abraçassem nuas
E duas a duas fossem ser casais
Ter nascido anjo e ver brotar a flor
Ai quem me dera uma manhã feliz
Ai quem me dera uma estação de amor
Ah! Se as pessoas se tornassem boas
E cantassem loas e tivessem paz
E pelas ruas se abraçassem nuas
E duas a duas fossem ser casais
Aldous Huxley já sabia oque iria acontencer, ele profetizou isso em Admiravel Mundo Novo, o interessante agora não é amar, é ter o maior número possível de "ficantes" e não tentar arrumar ninguem que seja realmente uma pessoa para se amar, é por isso que a preferência hoje em dia é pegar sempre uma menina bem gostosa, mas foda-se se ela não tiver uma conversa agradavel e for bem burra, porque, agora, ninguem quer amor, quer essa palhaçada que o mundo é.
ResponderExcluirna minha humilde opinião o problema não é o "homem racional", racionalismo não é critério de exclusão do emocional, pelo contrário, esse pessoal que fica com mil e uma mulheres não tem, do meu ponto de vista, nada de emocional e muito menos de racional. O problema, volto a dizer que é na minha visão das coisas, é justamente a irracionalidade
ResponderExcluirO amor de verdade é para poucos. Quantas pessoas dizem "eu te amo" como se fosse um "boa tarde", ou iludem alguém que conheceu à duas semanas dizendo isso, e no outro dia, não consegue nem olhar nos olhos deste. Dizem sem a menor consciência do que significa. "Eu te amo" virou ponto final em mensagens . Mas, por que as pessoas dizem isso? Com que objetivo, se não o sentem? Só para machucar quem o ouve? Elas sabem que estão fazendo isso?
ResponderExcluirNão é bem racionalismo nesse sentido. É sistematizar tudo, do jeito que fazem no Admirável mundo novo. É transformar tudo em método.
ResponderExcluirAcho que não é pra machucar ninguém, mas, se for, é pra machucar a si mesmo. Daqui uns dias vamos ter que inventar um novo verbo, que supere em intensidade o amar. Coitado dele, anda tão desgastado.
Odeio a palavra amor! Talvez seja porque nunc ame apaixonei, mas para mim ela soa muito mal, ao cntrário da palavra "roma" que soa bem melhor e me lembro sempre daquele grandiozo e vasto império antigo.
ResponderExcluirSerá então que prefiro odiar ao amar?
[P.S.: Adoro os poema da Vinicius de Moraes]
É foda quando te dizem "eu te amo" sinceramente. É uma pressão enorme!
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