Ao
Centro o homem marcha, não que seja obrigado, embora seja fortemente compelido.
Ao Centro o homem marcha, talvez nem saiba por que até lá vai, mas sabe que
precisa ir, não que seja obrigado, embora seja fortemente compelido. De carro o
homem marcha. O que é que há nesse Centro? Eu provavelmente nunca saberei, caro
leitor, pois não deixam qualquer um entrar no Centro, não senhor, só os
grandes, só os fortes, sendo estas atribuições não necessariamente ligadas ao
conhecimento popular de seus significados.
Ao
Centro o homem chega, há fumaça, há concreto, há caos. Se olhar ao redor vê-se,
por exemplo, uma mulher louca empurrando seus filhos para dentro do Centro, o
nome desta mulher é Sociedade, pobre mulher. Aos filhos que não vão rumo ao
centro é destinada a renegação, o castigo, a dor, o exílio.
O homem
entra na torre, no centro do Centro. Lá dentro existe uma série de vermes
roendo, dá-se a isso o nome “Trabalho”, muito embora a palavra seja usada no
sentido errado, já que trabalhar relaciona-se a Edificar algo, enquanto lá
dentro o que mais se faz é destruir. “Como vai o trabalho” pergunta o homem em
tom severo e com uma goloz altamente carregada de arrogância, “Mu-mu-ito bem,
se-se-nhor” responde um dos pobres vermes. É interessante saber que eles, os
vermes, em um passado que provavelmente nem mesmo eles recordam, já foram
homens, foram os filhos que a Sociedade, em acesso de loucura, empurrou para
dentro da torre.
O homem
chega a sua “sala”, senta-se à mesa. A cadeira da um gemido, não aguenta mais
em suas costas o peso dos abusos do Homem (embora semelhante fisicamente, ele
era o Homem), ela, humilde cadeira, que um dia havia sido homem, mas alguns
homens tinham de sustentar os outros para que estes pudessem pensar em alguma
besteira qualquer, chamavam isso “reger o mundo”. A cadeira oscila por uma
fração de tempo, o homem levanta e olha para ela, a cadeira replica o olhar, só
que o dela é diferente, é temeroso, enquanto o dele é frio. UM CHUTE. A cadeira
desaba, é retirada logo em seguida, bastou um estalar de dedos do homem. Um dos
vermes que a retira logo se curva e transforma-se em uma, uma nova cadeira.
É hora
do homem tomar seu leite, afinal um bom lanche da tarde é composto por uma boa
xícara de leite. Ao entrar na sala, Pobreza despe seus magros peitos e
posiciona ali uma xícara, espreme seu leite e o entrega, com um misto de bom
grado e medo, ao homem, que bebe feliz o leite da Pobreza, que rapidamente
veste suas magras tetas e sai, o mais rápido possível, da sala, sabia muito bem
que o homem não quer miséria a perturbar-lhe a vista.
É tarde,
hora do homem deslocar-se para fora do Centro. Ao sair, mantém uma linha,
fielmente seguida, de distância dos vermes, não é bom para sua imagem ser visto
próximo a eles. Na porta da torre está novamente a Sociedade, que faz uma
caricata reverência ao homem, que retribui com um olhar de aprovação e
cobrança, algo do tipo “não faz mais que a obrigação”. O céu está cinza, o que
não é mais que comum. Na saída do Centro tem de frear bruscamente o carro, pois
no meio da rua está caída Pobreza. O homem desce do carro. Lá está Pobreza, ela
o reconhece, esta seca, esta acabada, o motivo, evidentemente, são os anos que
o homem bebeu de seu leite, bebeu até a fonte se esgotar. No seu olhar está
escrito, como se fosse uma verídica grafia, “ME AJUDE”, e o homem olha para ela
com um misto de ofensa e surpresa, “Eu? Te ajudar? Não fizeste mais que
obrigação ao me servir, não lhe devo nada.”. O homem precisava ir logo pra casa
e a pobreza estava no meio do caminho com seu corpo horrível.
TRÊS-GRAN-DES-CHU-TES e ele a retira do meio da pista, agora pode seguir
tranquilamente para casa.
Até que
foi um dia tranquilo na vida do homem.
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Ps: Eu juro por Deus que meu proximo post será engração.
PPs: Acho que já estava me cansando de escrever artigos de opinião... U.U
PPPs: gostaria de agradecer a todos os comentários que temos recebido pelo diHITT, prometo que passarei a respondê-los...
PPPs: gostaria de agradecer a todos os comentários que temos recebido pelo diHITT, prometo que passarei a respondê-los...
COMENTEM! VLW!
Nossa, quem escreveu isso? Foi você, Ian? Porque está um texto ótimo!
ResponderExcluirCaraaa, eu quero MUDAR O MUNDO, POHA! Mas eu não sei como! Que drogaaa!
Fui eu sim... XD, para mudar o mundo, basta começarmos por nós mesmos, depois é que partimos pro externo.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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