Pós-Zumbis 2ª temporada Season finale

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E move-se a torre, o cavalo e o bispo. Encontra-se a rainha.

                “Vai ser aqui, aqui formaremos os Machados de Eugênio.” E assim, uma semana atrás, com esta frase promissora e prometedora, se instalaram na fazenda. E agora, como já foi dito, estamos uma semana à frente na quarta dimensão, o tempo. Estamos uma semana à frente por um simples e único motivo, não há nada que fie mais de uma linha interessante sobre os acontecimentos desta semana. Ok, se vocês insistem com tanta veemência eu cito algo do que ocorreu: Instalaram-se, escolheram os quartos, na casa só haviam três, então a disposição foi essa:
                Quarto 1 – Monquei e R.
                Quarto 2 – Fronrel e Choreilargado.
                Quarto 3 – Camaleão e Albinati.
                Ao leitor malicioso já informo, não ocorreu nada entre Albinati e Camaleão, nem na mesma cama repousaram.
                Depois de se instalarem, “descançaram”, ficaram uma semana inteira fazendo absolutamente nada, até que, ao fim desta dita, Fronrel menciona:
                _Não sei, mas acho que já é hora de fazermos algo.
                E é nesse momento que nos encontramos agora.
                Chove. Chove como um alerta; chove para dizer “não será fácil”. O Céu está cinza, o tempo está frio, o chão é lama. A chuva não é um dilúvio, é constante e perpendicular a terra. Fronrel aprecia este clima. Os outros nem tanto, com exceção talvez de Monquei, que também não é adepto das grandes temperaturas.
                _ Bem, iremos assaltar uma loja de arma no centro, que por ser uma loja de armas muito provavelmente também é guardada por alguma, então tomaremos alguns cuidados. A loja é pequena, então não alimentemos esperanças quanto ao que iremos arrecadar, ok? – Pergunta Fronrel.
                Os outros pareciam ignorá-lo. Ele faz uma cara de estresse, mas dá de ombros e entrou no carro. Importante frisar algo que, por descuido ou sabe-se lá Deus o que, ainda não foi dito: Não iriam todos. Iriam apenas Choreilargado, Monquei e Fronrel. Não acharam propício levar Albinati e R., assim sendo, Camaleão ficou com ela para “eventuais” problemas caso ocorram.
                Partiram. No carro, o som fervente de Hey You – Pink Floyd.
 Hey you Out there in the cold Getting lonely, getting old, Can you feel me?”
                A chuva estava forte, Choreilargado, o piloto, liga o desembaçador. Entre eles: Silêncio. Fronrel abre o tambor do revolver. Seis balas. Olha para Monquei, como que cobrando-lhe um ato semelhante. Monquei havia escolhido uma shotgun. Era uma das armas com menos balas, mas que fazia um grande estrago e Monquei sempre quis empunhar uma daquelas. Monquei, com sua uma semana de “roça”, havia pego o espírito do local. Trajava uma camisa azul escuro, um pouco mais grossa que o convencional, para se resguardar do frio, um par de botas longas marrons, que havia encontrado em um dos quartos da chácara, e deixara a barba crescer. Conferiu os dois tambores da shotgun, estavam cheios. Choreilargado portava duas uzis, mas se os planos seguissem como foram elaborados não as usaria.
Na concepção original Fronrel e Monquei entrariam na loja berrando “Assalto, mãos na cabeça, juras de morte e o escambal” e Choreilargado esperaria de carro ligado e olhos atentos.
Chegaram à cidade. Mesma exaustiva descrição: Outdoors, Propagandas, Barulho... Gente morta andando pelas ruas, Gente morta trabalhando em lojas e comprando nelas, Gente morta vivendo a vida dos vivos. Encontraram a dita loja. Nem taparam os rostos.
_ Fique atento.  –Disse Monquei a Choreilargado.
Entraram. A loja estava vazia, também, estava demasiado cedo para se comprar armas. No balcão uma linda garota Punk, com piercings na sobrancelha, língua e umbigo; usava uma blusinha mostrando a barriga, algo que não condizia com o clima frio; usava também um mini-short Jeans, deixando amostra um belo par de pernas e valorizando uma bunda extremamente bem constituida. Era loira, não de verdade, mas era; tinha um par de seios não grandes demais, mas que eram definitivamente desejáveis. Sabe-se lá Deus porque, estava descalça, seus pés brancos exibiam unhas pintadas de preto; seu rosto tinha uma maquiagem forte; seu cabelo era curto e desgrenhado; seu rosto era delicado, mas de olhar agressivo, determinado; seus olhos eram azuis como uma manhã de sol; na camiseta branca que usava havia uma única frase : Suck my cock.
_ Em que posso ajudá-los? – Ela pergunta.
Os dois se constrangem, a garota os tirou tanta atenção que até se esqueceram do propósito ao qual vieram. Fronrel tenta:
_ Be...bem, você teria...é... o que viemos procurar mesmo? – esta pergunta foi para Monquei – Áh! Sim! Me lembrei... você teria balas para este revolver?
Dizendo isto Fronrel saca o revolver e entrega a ela, que o manuseia com espantosa maestria.
_ Só um segundinho – Ela diz. “Com uma voz tão doce” pensa Fronrel.
Ela abaixa-se para checar algo e pelo balcão transparente que separa nossos (anti)heróis dela, eles contemplam o “V” formado por aquele belo par de seios.
_ Não são estas – ela diz
Vira-se e, sem dobrar os joelhos, busca na prateleira de trás, exibindo o grande contorno de suas nádegas, a folga do mini-short os deixa hipnotizados. Ela se vira e flagra os dois olhando, e estes, desconcertados, fingem conferir o acervo de armas no balcão. Ela não faz nenhum comentário acerca da gafe.
_ Lamento lhe informar, senhor, que estamos sem balas para este modelo em estoque no momen...
Ela para a frase no meio, olha fixamente para o rosto de Fronrel que, hipnotizado pelo olhar mal interpretado, esboça um sorriso. Ela da uma breve olhada para o revólver que tem em mãos. Engatilha-o e aponta para Fronrel.
_ Você é um procurado.
Fronrel fica gelado. A dificuldade em descrever com exatidão o estado de Fronrel talvez seja pelo fato de não existir na paleta universal das cores tonalidade que se assemelhe a atingida por ele.
O leitor mais observador, a quem quase nenhum detalhe escapa, deve estar se perguntando que diabos estava fazendo Choreilargado. Bem, este levou demasiado a sério a função de “vigia” e estava com toda sua atenção voltada para as duas esquinas, a de trás e a que se dispunha à sua frente, olhava em busca do menor indício de polícia ou que quer que fosse.
_ Você é esperta – arrisca Fronrel.
_ Sou. – Dito isto ela pega tira o telefone do gancho.
Monquei manifesta a intenção de se mecher. Ela dá um passo para trás e diz:
_ Quietinho ai, barbudo.
Por mais que a situação fosse apelativa, não houve maneira de Monquei não ficar ofendido com o adjetivo. Na sua concepção barbas eram sinal para respeito, para admiração, e não para pessoas virem chamar-lhe de “barbudo”.
_ Você não precisa fazer isso... qual seu nome? – Pergunta Fronrel.
_ Meu nome não é da sua conta – Diz ela enquanto apóia o telefone entre a orelha e o ombro e prepara-se para discar o número.
_ Ok, vou te chamar de Linda. Linda, você parece ser diferente...
_ Calado.
_ Sabe, você deve ter percebido... deve ter notado como as coisas andam estranhas...
_ Mandei calar a boca.
_ Você deve ter percebido como as coisas parecem absurdas... propagandas por todos os lados e...
Ela dispara. Abaixa a arma e dispara um tiro na coxa de Fronrel.
_ AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA.
_ Mandei calar a boca – ela não manifesta o menor traço de emoção.
Ao som de disparo Choreilargado “desperta”, pega seu par de uzis, sai do carro e adentra a loja. Entra berrando algo incompreensível. A garota da loja faz uma cara de impaciência e deboche, aponta a arma para ele e diz:
_ Larga essas merdinhas que tem na mão e fica quietinho também.
Fronrel ainda tenta:
_ Por quê você está fazendo isto?
_ Que é? Você ainda quer outro tiro?
Fronrel começa a se erguer, com demasiada dificuldade. Olha para monquei, que parece entender seu sinal, pois arranca um lenço de dentro do bolso e passa a Fronrel, que amarra na perna.
_ Se você nos entregar, a chance de mudança acaba. – Argumenta Fronrel.
_ Se eu entregar vocês eu fico rica, isso sim.
_ E porque gostaria de ficar rica em um local como esse?
Pela primeira vez em desde que entrou na loja, Fronrel percebe o vacilo no olhar dela. O Vacilo não durou mais que uma fração de segundo, mas existiu.
_ Sendo rica eu poderei comprar tudo que tenho vontade, daí o mundo pode estar do jeito que for, não fará diferença.
_ Eu e você sabemos que você não está dizendo a verdade. – argumenta Fronrel.
_ E existe outra saída? – pergunta ela com ar de ironia.
_ Você pode vir conosco.
_ E que faria com um bando de retardados que se impressionam por uma bunda e se deixam de reféns por mim?
_ Pode viver de verdade.
Silêncio. Era a verdadeira barganha com o demônio. Fronrel percebeu que sua proposta era demasiada absurda, quase um disparate. Imaginou-se como cristo chamando os apóstolos. Chamando uma pessoa que vivia bem, que tinha quase tudo que lhe apetecia e que, de uma hora para outra, deveria optar por seguir este lunático.
_ Ok. – diz ela
Todos ficam surpresos.
_ Rápido, vou pegar minhas coisas... Vão carregando o que quiserem. – Complementa ela.
Dito isso ela se vira e entra por uma porta que ficava nos fundos. Monquei cochicha:
_ você é louco?! Como é que você convida uma pessoa visivelmente perturbada e interesseira e que te deu um tiro para ir conosco? Ela tentou te denunciar.
Esperava-se que Fronrel justificasse ser a única saída, que era perigoso ela os entregar a polícia ou até mesmo os matar ali e por isso fez o que fez, mas curiosamente o que saiu de sua boca foi:
_ Fiquei encantado.
Monquei olha embasbacado, seguido fielmente por Choreilargado, algo como “What the fuck?”
Ela retorna. Nada mudou, só o acréscimo de uma mala de viagem no braço direito e botas de cano longo nos pés.
_ Vamos? – pergunta com ar de impaciência.
Monquei recusa-se a responder, começa a pegar diversas caixas de bala e armamento e começa a colocá-los no carro. Choreilargado o acompanha. Fronrel está incapacitado.
_ Parece que o estrago foi feio – Diz a garota, olhando para a perna de Fronrel. – Com alguns utensílios eu posso dar um jeito nisso. – ela diz isso dando um tapinha na mala.
_ É médica? – pergunta Fronrel.
_ Estudante de veterinária – Responde ela.
_ UHn... – sem mais nada para dizer, Fronrel pergunta – Tem nome?
_ Gostei do apelido que você havia me dado agora pouco.
_ Apelido?
_ Linda.
_ Não era apelido, era um adjetivo. Acabei colocando o adjetivo como substantivo, que lá era sujeito, mas era para tentar conversar com você, sendo que até então não sabia seu no...
_ Pode me chamar de Linda.
Entram no carro, Fronrel vai no banco de trás com ela, que prometeu dar uma olhada em sua perna. Som ligado. - Money for Nothing – Dire Straits.
Now look at that yo-yo's, that's the way you do it. You play the guitar on the MTV
_ Abaixa as calças. – fala Linda.
_ Ok.
Curiosamente Fronrel não está constrangido.
_ Oh droga. – Monquei diz.
Fronrel estava parcialmente deitado então não tinha visão do que estava acontecendo.
_ Que foi... QUE FOI CARAMBA! – irrita-se Fronrel.
_ Barreira policial. E estão mandando a gente enconstar.
Todos arregalam os olhos, soltam quase que simultaneamente um suspiro e Linda solta:
_ Fudeu.
Choreilargado pede a garrafa do bom e velho Jack, agora já quase esgotado, dá um longo gole direto do gargalo, o ato é visto pelo policial, que logo trata de soar um apito e alertar que têm um elemento suspeito.
Acelerador pisado ao máximo. No rádio o solo de guitarra sobe ao princípio do êxtase. Atropelam cones e grades de madeira. Vão embora. Uma viatura os segue. Linda resolve dar procedimento ao curativo, acaba derramando álcool na perna de Fronrel com demasiado descuido. Arde bastante, Fronrel urra de dor novamente. Ela seca com um pedaço de pano. Pega um bisturi e abre um pouco mais o ferimento.
_ Desculpe não ter anestesia.
O carro dá um solavanco e o corte aprofunda-se mais do que era previsto. Fronrel grita de novo.
_ Merda, dá pra parar de mexer, por favor?!
_ Estamos correndo de um carro de polícia, PO-LÍ-CI-A! Agora não é momento para isso!
_ AGORA JÁ COMECEI, AGORA TENHO QUE TERMINAR.
O carro policial emite um disparo. Acerta o retrovisor direito do carro. Monquei cansou da brincadeira. Pede o revolver de Fronrel para Linda, que ainda não o havia devolvido, esta o entrega.
_ MANTEHA A DIREÇÃO! – grita Monquei, que neste instante abre a porta do carro e se apóia nela e no cinto de seguranças. Espera maior estabilidade do seu braço. Fixa o olhar. Atira. O tiro deveria ter acertado o motorista, mas acabou pegando na roda que fica do lado do passageiro, o que resultou no mesmo benefício, uma vez que o carro perdeu estabilidade e quase capotou, ficando para trás.
E assim chegam à fazenda. Começam a descer.
_Quem é essa? – pergunta camaleão.
_ Linda, prazer.

4 comentários:

  1. Aquela conversa sobre adjetivos e substantivos é a maior prova da verossimilhança da história! kkk

    Quem será a Linda? A próxima temporada será intensa...

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  2. "Ao leitor malicioso já informo, não ocorreu nada entre Albinati e Camaleão, nem na mesma cama repousaram."
    POR QUÊ =(? nem na história posso ter alguém?
    e tbm não sabia deste gosto por punk girls do fromrel...

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  3. rsrsrs... relax Camaleão... surpresas boas e ruins lhe aguardam na próxima temporada.

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  4. eita, cada dia melhor xD Rápido com isso, Ian, sou muito ansiosa haha

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