Um brinde à amante frígida

            Por mais de oito anos, o governo norte americano, principalmente representado pela figura odiosa de George, deu motivos gratuitos para que nós, os poucos anti-imperialistas remanescentes, disséssemos muita, muita coisa desagradável a seu respeito. Afinal de contas, a ocupação do Iraque estava ali na nossa cara, todas as bombas e mortes também, tudo isso em nome da defesa da liberdade. Quem estava sendo libertado mesmo? E quem goza da perpétua liberdade, aquela amante frígida que ganhou estátua, quem?
            Mas, enfim, eles construíram um modelo de democracia. Eles foram um exemplo de tolerância religiosa. Sempre foram aquela benevolente figura paterna, sempre disposta a pôr ordem na casa. Ou não? Mas parece que tiveram alguns prejuízos durante os últimos anos: estão mais para um vovô obeso e decadente, mas com um monte de armas de fogo debaixo da cama.
            E então assistimos ao primeiro presidente negro dos Estados Unidos estuprar a ideia da guerra chegar ao fim para alavancar uma reeleição. Justo, válido, que eles se explodam com as suas decisões erradas.

            Já passa da hora de deixar de ser tão dependente, de se importar tanto com o que não merece atenção. Porque uma mulher matando um cachorro não é, nem de longe, tão cruel e absurdo e desumano quanto a guerra. Você maltrata os animaizinhos quando compra diversos tipos de produtos elegantíssimos, e isso importa? Você maltrata gente, gente que morre e que vive como animal, e isso importa menos do que um cachorro?

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