Jean Charles não seria notícia no Brasil



(Assista a partir dos cinquenta segundos e perceba como o PM desce o cacetete no sujeito que já estava no chão).

Algum tempo atrás, vinha eu num ônibus bem cheio no início da noite quando, aparentemente, um rapaz foi assaltado no ponto e o perpetrador do crime entrou neste mesmo ônibus. Instantes depois, uma viatura se aproximou e pediu que o motorista encostasse. Pela rapidez, elogio o policial que foi tão solícito, prontamente atendendo ao pedido do garoto vitimado. Mas o que repudio foi o que aconteceu em seguida: o homem fardado da polícia militar sacou sua arma e apontou para o interior do ônibus que, diga-se de passagem, estava lotado de pessoas “alheias” ao ocorrido. Ele entrou e convidou a vítima a tentar reconhecer o suspeito no meio daquela multidão de pernas. Para a infelicidade do rapaz, o suspeito não estava ali.
A pergunta é: um moleque que tomou uma mochila e saiu correndo precisa ser contido com uma arma de fogo? E, mais ainda, como pode o sujeito apontar o instrumento mortífero na direção de qualquer um?
A verdade é que a polícia brasileira como um todo é despreparada. Mal treinada e mal remunerada, muitas vezes corrupta e até criminosa. Pagam salários miseráveis, treinam-nos com a mesma eficiência com que ensinam nas escolas públicas e, ainda assim, colocam calibres grossos na mão desses homens. Não só isso, colocam nas suas mãos, na maioria das vezes, a responsabilidade de decidir se alguém morre ou não. Esses mesmo que ganham pouco e são despreparados podem declarar sentenças de morte com uma leve pressão no gatilho.
Sem falar que grande parte do armamento que vemos em posse dos “bandidos” pode ter sua procedência rastreada até um policial. Ou estes vendem para aqueles ou aqueles tomam destes.
Vivemos num estado de guerra literal. O aparato bélico, tanto de um lado quanto de outro, é de guerra. E a respeito dessa série de assassinatos que aconteceram ao longo desse ano em Goiânia, o que dizer? Os dois lados matam e matam e matam. Não foi no mínimo suspeito o que aconteceu com aquele advogado, o Davi Sebba?
A polícia não serve para oprimir, como muitos pensam por aí.

Se você já sofreu algum abuso de um policial que se julga capitão Nascimento, compartilhe nos comentários.

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