O demoníaco calor das geleiras do inferno me fazem transpirar

    Para se refrescar do calor, os persas tomavam um sumo de frutas bem doce e gelado.
    Os egípcios também fabricavam os seus gelados há 4 mil anos, enquanto os árabes misturavam sumo de fruta com gelo.
    Na China, o leite era uma mercadoria cara. Por isso, a sobremesa predileta da nobreza era uma pasta, feita de leite e arroz, que era colocada na neve para solidificar.O principal problema era armazenar neve para o verão em rudimentares câmaras frigoríficas subterrâneas, com grossas paredes de pedra.
    Na Idade Média, quando os chineses já faziam gelados, adicionando a neve ao leite, Marco Polo (1254-1324), o explorador veneziano, levou o gelado para a Itália. Dali, os famosos sumos de fruta congelados alcançaram a França e logo depois o resto do mundo.
    No século XVI, o italiano Bernardo Buontalenti inventou o gelado à base de leite, mais macio e nutritivo. Na primeira metade do século seguinte, um outro italiano, Procópio Coltelli, criou a máquina de fazer gelados.
    Atualmente um terço de todos os gelados vendidos no mundo são de baunilha (não creme).

    No Brasil, em 2002, a ABIS instituiu o Dia Nacional do Sorvete. A data é comemorada todo dia 23 de setembro e foi criada com o objetivo de celebrar o início das temperaturas mais altas do ano, já que é nesta época que o consumo de sorvete no país aumenta.
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    Subira no alto de um prédio sem permissão. Colocou sua cadeira no terraço e ficou embaixo do seu guarda sol, apenas para ver o mundo queimar. Por causa da ausência do vento estava tão quente lá quanto vinte andares abaixo. Não tardou para que aquilo tudo lhe parecesse uma péssima ideia. Naquele momento então pareceu lhe sensato pular do edifício para sentir uma suave brisa no rosto. Pulou!
    Não foi tão agradável quanto ele esperava, a brisa fresca parecia mais como o vapor que saí de uma chaleira quando o chá está pronto. Sentiu-se sendo assado ao bafo(-do-capeta).Ocorreu-lhe a ideia que ele seria um bom cozido. Se tivesse canibais em sua cidade... Já estaria até temperado — salgadinho — devido ao sua transpiração excessiva.
    "É! Foi uma má ideia ter me jogado!" Agora precisava de um plano para se salvar antes que o chão encontrasse com ele tão intimamente. Pensou por três andares, mas nada lhe veio a cabeça. Tentou então agir instintivamente, mas por mais que se movimentava e se contorcia parecia não chegar nenhum milimetro mais próximo da parede. A platéia — se é que existia alguma — estaria achando muito ridícula sua performasse.
    Já estava em uma velocidade incrível, e ele supos que se quisesse viajar no tempo, aquela seria uma boa velocidade, mas ainda não resolvia seu problema. Olhou para o lado e viu alguém voando enquanto o observava. Se não fosse pelas roupas ele diria que era o superman. Estava salvo! Mas parece que aquele sujeito não estava se importando muito com aquele fato e foi embora.
    Restava apenas dois andares quando lembrou que não precisaria se estressar com o trabalho que seu professor pedira antes da greve e que em breve cobraria devido ao repentino termino desta. Porém uma luz surgiu a sua volta. Quem sabe não estaria realmente viajando no tempo, afinal aquela era uma velocidade melhor ainda do que aquela que ele pensara ser uma boa velocidade para tal ato.
    Ahhh era apenas uma nave espacial querendo abduzí-lo. Por um palmo de distancia! Foi por pouco! Começou uma repentina subida rumo a misteriosa nave, mas quando estava a um andar de altura foi abandonado. Perceberam que tinham pegado a pessoa errada. Caiu!
    Não teve nenhum osso quebrado, só uma torçam no pé. O porteiro parece nem perceber o barulho da queda, estava atento de mais assistindo a uma novela pela terceira vez (e com motivos, pois realmente valia apena ver de novo aquela) em sua pequena televisão.
    Ficou de pé (com um só pé apoiado ao chão) e foi pulado. Atravessou a rua onde estava sua carro e percebeu que seu pé que estava bom já estava doendo tanto quanto o outro por causa do esforço. Não estava em condições de dirigir.
    Entrou em uma lanchonete que estava perto. Sentou-se, para descansar o pé, e pediu um sanduíche natural com muita maionese. Sentiu um vento gelado passar pelo seu corpo, era o fantasma de sua avó tentando lhe avisar para não comer aquele sanduíche se não quisesse ter uma intoxicação alimentar, mas ele decidiu simplesmente aproveitar aquele raro vento naquele calor invernal sem dar muita importância.
    Enquanto comia pediu para a garçonete chamar um táxi para ele (já que não estava em condições de dirigir). Naquele momento só queria colocar gelo em seu tornozelo. Mas seu pensamentos foram interrompidos por pessoas gritando na rua: Zumbiiiiiiiiiiiiiiiisssssssss !!!!!
    Não deu nenhum pingo de moral pois viu um cara de óculos gritar "Vamos lá Fromhell" para outro que corria em direção contrária, pensou ser algum tipo de apresentação idiota de rua, e porque seu táxi havia chegado. Pagou e foi pulando até o carro.
    A entrar no táxi o motorista perguntou se ele se importaria de colocar um pouco de funk para tocar. Consentiu positivamente, dizendo que seria uma boa distração para aquele momento. Pelo DvD portátil do carro ia assistindo e cantando, os dois junto, os clips mal-feitos. Passaram por eles vários atores bem fantasiados e maquiados de zumbis — uma maquiagem incrível para falar a verdade, de tão realística! —. Cogitou até sentir um medo desesperador por aquilo tudo poder ser real, mas ao passavam direto por eles sem fazerem nada, pensou que era por causa de que não faziam parte da peça, e continuou a cantar o funk sem preocupação.
    Morava ali perto e em menos de cinco minutos já estava em casa. Era hora de fazer o trabalho! Estava decido a fazer o trabalho! Mas estava tão quente... se estomago começou a revirar e ele achou melhor esperar os fatores se amenizarem enquanto testava o novo jogo que comprara para seu videogame.
    Quando percebeu já era noite. Seus olhos ardiam e seus dedos doíam. O jogo era muito legal! Mas não tinha feito nada desde que chegara. Percebeu que estava com um pouco de febre. Foi correndo para o banheiro. Uma emergência gástrica estava ocorrendo. Uma terrível diarreia, isso sim! A campainha tocou. "Justo agora?" Ignorou.
    Terminou o que tinha de fazer. Foi beber água, procurar algo para comer e um remédio para se auto-medicar. Contudo resolveu ir ao portão primeiro. Vai que a pessoa pacientemente esperava por ele lá ainda? E se deixara algum bilhete no portão ou na caixa de correio? Ou um pacote...
    Bebeu a água e foi. Sua barriga ainda reclama daquele maldito sanduíche. Abriu o portão. Não viu nada. Viu uma certa calmaria na rua. Tirando um alarme ou outro ao longe que tocava sem cessar. Foi mancando até o meio da rua olhou para um lado e viu um cachorro. Deu um passo; uma brisa leve e fresca bateu em seu rosto naquele momento. Sentiu um... sentiu... alívio...? não! sentiu... dor! Era uma dor aguda em seu peito. Tinha sido baleado.
    Caiu de joelhos. Leu na coleira do cachorro "Meu nome é gato", antes que ele fugisse correndo. Se rosto foi de encontro ao chão. Ainda estava quente. Acabara de salvar, mesmo que não soubesse, a vida do Cachorro, ou melhor, do Gato.
    Ironicamente foi por uma bala banhada em prata, o único tipo de bala que poderia matá-lo, já que seu pai era um lobisomem, mesmo que também não soubesse disto e de nunca ter se transformado. E o Gato na verdade um animago, mas isso é outra história! Por hora irei tomar um sorvete.


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