Eu gosto de me lembrar de tudo isso. Das auroras que são bonitas, das marés que a lua seduz, do céu que fica rosa de vez em quando, dos relevos da íris que parecem a superfície de Marte, do toque quente de quem eu quero, do som de música, da luz, do calor, da luz, do calor
Porque o mundo é bom pra mim, não em mim. E, se eu não me lembrar que os átomos podem se recombinar de maneiras tão infinitas, minha pequenez me consome. Quero viver fora daqui, quero fugir.
Tudo o que conhecemos é improvável; é um grão de poeira no espaço. Mas quantos bilhões de fustigados anos a improbabilidade enfrentou até que tudo estivesse aí?
O homem erra por arrogância, presunção, soberba, vaidade, desumildade, e todos os outros sinônimos possivelmente encontrados ou inventados. Ainda vivemos no centro do universo apesar de já termos descoberto que não somos nem o centro do sistema solar.
Espero ansiosamente pelo dia em que alguém de real significância levante-se e, de punho em riste e veias saltadas de têmporas moles, encha os pulmões para dizer que todos nós somos um desperdício. De matéria orgânica, de espaço, de energia, de oportunidade. Enquanto consumimos tudo em que colocamos as mãos e jogamos lixo nos nossos próprios pés, há seres mais eficientes e simbióticos (ou mutualistas, a ecologia passou bem brevemente pela minha cabeça) para se criarem.
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