Chega uma certa hora na nossa vida que temos que fazer escolhas. E todos nós sabemos como escolhas podem ser complicadas. Qual é a pior banda formada por criancinhas assexuadas? Qual é a personagem de desenho animado mais insuportável de todos os tempos? (Pica-pau ou Jerry?) Quem é campeão brasileiro de oitenta e sete? (Sport de Recife ou Recife com o Sport?) Deus não existe ou ele só fica invisível porque tem o nariz muito feio?
Mas, apesar de todas essas perguntas serem preocupantes, a pior de todas é essa: que curso escolher? Alguns têm a sorte de nascerem com dons, vocações, vozes bonitas, muitos dedos, pés grandes, mas muitos outros não têm ideia do que fazer assim que os dias de escola ficarem pra trás.
O que é mais chato do que não ter uma vocação é ter uma, mas não poder nem sonhar em se sustentar com isso. Uma vez conheci um cara que conseguia ficar debaixo d’água por dois minutos; é uma pena um talento tão grande ser desperdiçado assim. Pra não falar de dois outros, que queriam viver de escrever, mas só podem viver escrevendo escondidos depois das aulas.
E os testes vocacionais são uma piada. Não tem coisa mais tendenciosa que aquilo. Um menino que sonha ser jogador de futebol, por mais que seja uma negação, se for perguntado se prefere trabalhar num escritório ou ao ar livre, qual será a resposta? Mas isso é só um exagero elucidativo, tem coisas mais importantes a se falar.
Do jeito que se estuda nesse país, não é estranho que estejamos bem abaixo da média mundial. Os jovens são “obrigados” a estudar sobre tudo, até a exaustão, e depois vomitar inconscientemente toda a besteira numa prova de vestibular. Engraçado que, quando conseguem entrar numa faculdade pública, veem toda aquela merda sucatada.
Quem não tem medo de fazer a escolha errada e passar o resto de uma vida miserável se lamentando por não ter virado hare krishna (o que é uma das minhas maiores aspirações), ou hippie, ou até um daqueles vagabundos que cobram dez reais pra “vigiar” carros na beira da praia? Eu tenho.
Vestibulares podem derrubar muitas pessoas boas. Esse sistema está errado de uma ponta à outra. Os processos seletivos das faculdades exigem conhecimentos exagerados, específicos demais, superficiais e pouco duradouros; as iniciativas das autoridades para criar meios de inclusão social nas universidades públicas são uma piada; o ensino médio é um inferno e contribui escancaradamente para a formação de Wellingtons e outras atrocidades influenciadas pelo bullying; e, como deve estar evidente, minhas opiniões não são tão imparciais, porque são agravadas por uma sutil preguiça, mas isso não muda quase nada.
O que aconteceu ainda está por vir e o futuro não é mais como era antigamente. Tudo parece mesmo estar ao contrário. É muito cedo pra escolher o que fazer pro resto da vida. Mas já é tarde pra pensar que existe realmente alguma escolha. E você, tem uma vocação?
Tenho o maior talento dentre todos! EU ESCREVO PARA O MACHADO DE EUGÊNIO!
ResponderExcluir[fuck yea]
\õ/
Você tem toda razão. A maioria dos jovens deve pensar como você, ou pelo menos, é tudo que eu pensava mas não conseguia organizar direito.
ResponderExcluirO sistema devia se preocupar em ensinar as pessoas a terem senso crítico, e a amar ao próximo. Deviam se preocupar menos em decorar fórmulas e estudar um pouco de ética. Acho que estamos fazendo tudo errado. Não é uma crueldade forçar jovens ( que a pouco tempo ainda eram crianças) de 16,17,18 anos a escolherem o que querem fazer pelo resto de suas vidas? Não é uma falha considerável não nos deixar espaço pra tentar, pra errar, pra experimentar coisas novas que certamente nos fariam crescer como pessoas?
Fico imaginado se, essas pessoas tão inteligentes realmente acham que pessoas novas como nós, podem realmente estar convictos da escolha mais importante de suas vidas no final do ensino médio. A maioria das pessoas chega ao final da vida, já velhos sem nunca terem descoberto. Porque somos obrigados a saber?
Eu gostaria de viver de pintar quadros horríveis, e de escrever coisas ruins, e de ler. Eu gostaria de tentar viver de musica sabendo que eu não toco nada, e gostaria de ajudar pessoas sem ter que me preocupar em ganhar dinheiro. Eu queria poder viver de todos os meus sonhos, e seguir todas as minhas vocações e descobrir que na verdade, eu não tenho nenhuma!
Que país realmente acha que vai pra frente, forçando os ‘donos’ do futuro, a estudarem coisas que jamais precisarão na vida, e os colocarem para serem médicos e pra serem somente médicos sem tendências artísticas, ou até botânicas. Um país que tem advogados que deviam estar escrevendo pra mudar o mundo, e artistas sem alma que deviam talvez, estar limpando ruas. O problema é exatamente este. Ao invés de formarem seres humanos conscientes, o sistema forma ,na maioria das vezes, pessoas inseguras que carregam um enorme peso nas costas. E se eu tiver escolhido errado?
acho que meu talento é ter pés grandes.
Solicitação de Amizade aprovada!!
ResponderExcluirAntes de tudo queria parabenizar por ter nos proporcionado conteúdo de qualidade e interessante do mesmo modo,
sem falsas modéstias. Me atreverei em seguir-te aqui no dhit e lá em seu blog,
no espaço seja um seguidor (se houver).
Vi q cuida de perto para manter autenticidade e qualidade da informação.
Gostaria e lhe pedir se possível for,
para vá ate meu blog e seja um seguidor LÁ para me dar um força.
Não ganhamos com isto e a motivação é tudo.
Marivan
Como já dizia aquele trecho da música Filtro Solar:
ResponderExcluir" Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida. As pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam, aos 22, o que queriam fazer da vida. Alguns dos quarentões mais interessantes que conheço ainda não sabem."
Ou para aqueles que estão em dúvida entre a garantia financeira e a felicidade em fazer o que gosta, eu escolheria a felicidade e faria dela a minha garantia financeira.
Infelizmente o "sistema" é cuidadosamente pensado, para ser exatamente como é.
ResponderExcluirA arte(por exemplo)é uma das fontes mais poderosas de inteligência, sabedoria, reflexão e expressão. No entanto, os artistas que trabalham com a arte transformadora, são exatamente os que são menos valorizados e os que (na maioria das vezes) não conseguem sobreviver dentro deste sistema avassalador e calculado. Sim, pois quanto menos fomentadores de reflexão e sabedoria, melhor.
Escrevo muito sobre estas questões no blog Balaio Variado. Se me permitir, deixo alguns links para você conferir se puder..
http://www.balaiovariado.com/2010/07/voce-nao-estimula-criatividade-de-seus.html
http://www.balaiovariado.com/2010/10/arte-punida.html
http://www.balaiovariado.com/2011/04/quem-matou-vincent-van-gogh.html
Abraços
Balaio Variado
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ResponderExcluirMeu sonho sempre foi viver de desenhar ou cantar. É verdade afirmar que as chances de ser bem sucedida cantando eram mínimas e, para o meu desespero, viver de desenhar rostos, pessoas e tudo que vier à minha cabeça também.
ResponderExcluirDepois de uns bons anos de pensar e repensar eu decidi que seria arquiteta. Assim eu mostraria meu talento, apesar de que não me agrada a ideia de restringir minha arte em apenas paredes de prédios ou casas.
Talvez seja apenas conformismo de minha parte tomar essa decisão, talvez seja culpa dos padrões impostos pela sociedade na definição sobre o que é ou não um 'emprego de gente', talvez seja ambição e talvez seja tudo isso. Não importa. Eu deixei o talvez de lado e passei a encarar como verdade absoluta o fato de que é preciso primeiro existir paredes para dependurar quadros.
Pronto, você me ganhou (gata vadia = Moçoila) como seguidora, seu blog é um estouro!
ResponderExcluirAdorei este texto. Parece que no Brasil tudo que é ruim é igual a Portugal kkkkk
Tou no 1º da faculdade mas passei todas essas angústias para decidir.
Beijinhos no coração
lol
ResponderExcluirGostaria dizer de dizer o mesmo que o Ian, só que não possuo o dom, ainda, de escrever.
Como, quem já leu minhas postagens, podem perceberem, eu escrevo muitissimo mal!
Mas eu acredito que dons e habilidades se constroem com dedicação e esforço.
Estou muito perdido em relação a que curso seguir na faculdade. Para falar a verdade eu nem sei a área (humanas, biológicas ou exatas) que pretendo seguir.
Não canso de escutar dos mais velhos "você é novo, ainda pode errar muito..." quando falo sobre qual vestibular prestar. O impacto que vai me causar e o tempo que vou perder ao fazer UMA decisão errada pode mudar o rumo da minha vida, e creio que que não seja pra melhor...
Huuum, adorei esse hein. Autobiográfico.
ResponderExcluir/bibi