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Agora chega de
enrolação, né?
E
finalmente eles chegam ao Oscar Niemeyer, o centro cultura, mas não são só
eles, caros leitores, nós também, que os acompanhamos nesta epopéia. Sim, caros
leitores, eu também acompanho essa saga. É curiosa a forma de pensamento de
leitores e geral, a de que o Escritor cria as estórias (e histórias) que
escreve, quando, na verdade, o processo é bem diferente. Tem-se o estalo, mas
depois de dado momento, esse estalo simplesmente lhe usa para ser expresso, é
autocriativo, a estória é viva. Devaneei, onde é que eu estava mesmo? A sim! O
Oscar Niemeyer. Monquei e R. em um carro, Fronrel em outro lá chegaram. Ao
descer do carro Fronrel teve o “estalo”, agora se lembrava:
_ Cara –
disse ao Monquei – Chega aqui e saka só – E ele mostrou o “arsenal”. Os olhos
de Monquei brilharam como os de uma criança no natal.
_ UOW!
Estas são realmente... – pegou uma delas, uma semi-metralhadora, e com um
sorriso sádico apontou para o céu – Without Mercy!!!! Muahauahuahuahua!!! – E
começou a disparar. Alguns sobreviventes saíram lá fora para saber o que estava
ocorrendo. Percebendo o papel ridículo que fazia, Monquei abaixou a arma e
fingiu estar concentrado em ler algo inscrito nela.
Os
sobreviventes viram Fronrel. Abraços acalorados, uma mais forte da
Bibliotecária, que não o via há muito tempo, e toda essa formalidade toda que
eu dispenso comentar. “Agora vamos ao mais importante” pensou Fronrel, que foi
afastando educadamente a multidão até encontrar Japonês. Suplicou-lhe quase em
prantos “Onde está minha guitarra...”, após a indicação de Japones, Fronrel
saiu correndo... E Ele a viu, aquele sublime instante em que pouca coisa
importava... a quanto tempo não tinha esse suave prazer? Ligou o amplificador,
a ligou a ele. Tocou. E como era belo, como era simples e puro. Agora só
precisava de mais uma coisa, perguntou em voz alta “TEM BEBIDA NESSE LUGAR?” alguém
lhe respondeu “NÃO” bem, não importa, continuou tocando. Tocava Wish You Were
Here – Pink Floyd
Oscar
Niemeyer era um centro cultural que não funcionava por dois motivos: O primeiro
era se chamar centro cultural, ninguém ia a um lugar que se chamasse centro
cultural. Se recebesse a nobricíssima alcunha de baile funk, ou prostíbulo,
teria um numero incomparavelmente maior de visitas, mas CULTURAL? Quem é que
iria num local desses? E em segundo lugar pelo atraso gerado pelo
Superfaturamento de obras por parte do governo, que prometeu a obra em X e
entregou quando as pessoas que ouviram a promessa já estavam surdas pela
velhice. Mas, no final, tudo isso teve um bom propósito, afinal, era onde
nossos heróis estariam seguros, ao menos por hora.
A Bibliotecária
teve de interromper o solene momento de Fronrel.
_Precisamos
conversar.
Fronrel
desliga a guitarra.
_Pode
falar.
_
Estamos sobrevivendo até agora por um civilizado milagre, não podemos mais
depender da sorte ou do acaso, é necessário que nos organizemos.
_
Percebo um ligeiro desconforto no seu tom de voz – Era estranho, mas Fronrel
não conseguia tratar com a Bibliotecária fora deste tom “culto”.
_
Conheces-me, tens conhecimento do meu pessimismo, ainda mais quando não há
ordem. – Era sempre isso, a conversa deles só ia piorando, ia chegando a um
nível de linguística que pareceria absurda.
_ Embora
perceba isso, confio plenamente no seu bom senso para controlar-se. Mas, embora
relute, obrigo-me a concordar com você, pois percebo que seu pessimismo não é
de todo infundado. Como é que vai ser?
_
Precisamos reunir o pessoal, o Centro cultural tem um auditório, o que será
extremamente útil.
_ Ok,
você organiza isso?
_ Bem...
_ Certo,
chamarei o pessoal, estaremos lhe esperando...
_ Hey,
espere ai! O que será discut...
_ Até
lá.
O que
ela iria fazer? Bem... no fundo no fundo o que ela queria era isso mesmo, poder
ser a porta voz e ter a liberdade para colocar em evidência o assunto que
quisesse, havia feito certo em vir falar primeiro com Fronrel, sem nem tocar no
assunto ele havia percebido sua vontade.
O grupo
se reuniu no auditório, era muita gente, quase sessenta pessoas. À entrada da
Bibliotecária o silêncio se instalou. Ela subiu ao palco, segurou o microfone
que uma das mãos e disse:
_ Olá!
Bem, esta ‘primeira’ reunião foi convocada para definirmos metas e entendermos
nossa situação. Para começar devemos nos perguntar, o que está acontecendo ao
mundo? Segundo, O que devemos fazer? Terceiro, como somos vistos pelos de fora?
Isso influenciará bastante na nossa possibilidade de ação.
Fronrel
ergue a mão desleixadamente e fala:
_ Alguns
de nós ainda estão livres da perseguição policial, mas ouso dizer, e somente após
muita reflexão, que é mera questão de tempo, seremos tratados como criminosos
em pouquíssimo tempo. Bem, o que está acontecendo ao mundo com certeza absoluta
em não sei, mas posso dizer q é uma febre de ignorância extrema, quase que
injetada com seringa e agulha nos cérebros das pessoas. Bem, o que devemos
fazer, a meu ver, em primeiro lugar, é achar a raiz do problema e entender o
seu “por que”, depois disso...
Japonês
pede a fala:
_ Há de
se reconhecer também que a ideia de permanecer em um grupo tão numeroso é
absurda, em primeiro lugar pela locomoção, em segundo pela estruturação e organização,
devemos nos separa...
Ao som
desta frase o caos se instalou na sala, os protestos foram gerais “COMO ASSIM?
SEPARAR? SE-PA-RAR?” separar, o bicho de sete cabeças.
_SILÊNCIO!
– Gritou a Bibliotecária – NÃO HÁ MOTIVO PARA PÂNICO.
_
Realmente, pra quê pânico quando a resposta aos problemas está bem debaixo dos
nossos olhos? - Disse uma voz estranha
entre o grupo.
_
MOSTRE-SE! – Exigiu a Bibliotecária. O silêncio havia voltado a reinar.
_ Pensem
bem, ó, caros amigos, desde a fatídica investida, que pode ser chamada de
absurda, de Fronrel e sua corjazinha de amigos àquele colégio, nossos dias tem
agitados e sem sossego. É verdade, ainda não passamos por grandes necessidades,
mas olhem bem para os lados, estamos convivendo com alguns que são bandidos...
pensem bem, ó, amigos... É uma questão de tempo até sermos obrigados a
trabalhar para servir aos interesses destas pessoas, quando deveríamos estar
servindo a nós mesmos, como antes, como quando tudo era cal...
O
Maldito solilóquio foi interrompido por um puxão da gola da camiseta do
detestável cidadão. Verme traíra, sujo, imundo, porco, escória que balbucia
palavras, ser desprezível que rasteja sobre a terra, QUE CONVERSA É ESSA?
Perguntou Monquei.
_Vêem,
ó, caros amigos? Vêem a violência com seus próprios olhos agora? É nesse
momento que começamos a ter ela direcionada contra nós. Pensem bem, caros
amigos, de que estamos fugindo? Estamos sendo usados para acobertar estes criminosos,
CRIMINOSOS CONTRA O ESTILO SAUDÁVEL DE VIDA, CONTRA OS BONS-COSTUM...
Monquei
soca-lhe a boca.
_ Espero
que ninguém tenha dado ouvidos a este filho da puta, né, pessoal?
A multidão
balança a cabeça, mas alguns tinham olhares incertos, um tanto duvidosos, isso
era ruim...
_
ehehehehe – O verme cospe sangue no chão, ele não havia desmaiado com o soco.
Monquei já vinha de punho erguido
quando ele falou:
_ Espere, ó, caro amigo, veja bem isto
aqui, veja muito bem – Vagarosamente o Verme retira do bolso um celular, na
tela havia uma SMS que tinha acabado de chegar, nela havia escrito:
“Estamos
a caminho”
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Ps: Comentem!
já to ansiosa
ResponderExcluirahh que medo do que vai acontecer oO