Será que as coisas já chegaram a ser
diferentes?
Eles
saíram da lan-house. A garrafa de Jack Daniel’s já estava vazia.
_ E
então? – Perguntou Choreilargado
_ Bem...
Não sei... – Fronrel estava pensando nos seus pais, havia muito tempo que não
os via, nem sequer sabia se estavam vivos. – Você tem telefone ai?
_ Perdi
o meu algum tempo atrás.
_Bem...
então acho que é isso, me dá uma carona até o meu pessoal?
Voltaram
ao carro. Seguiram viagem.
_ Eai,
como tem sido a vida? – Perguntou Fronrel
_ Uae,
man, sabe como é, muito trabalho, pouco sexo. Tirando o fato de que agora eu
posso morrer “trabalhando”, continua a mesma coisa.
_ Uhn...
Faz sen...
_ Se bem
que eu já podia morrer trabalhando, na verdade a gente ta sujeito à morte a
todo tempo. É, no fundo não mudou muita coisa. E pra você?
_ De
certa forma está melhor.
_
Melhor?
_ O
mundo era um saco, nada de novo acontecia, sabe como é? Iamos estudar,
trabalhar, comer pizza no domingo, jogar uma cantada naquela menina mais ou menos
bonita e mais ou menos interessante que morava na quadra de cima. A vida não
tinha emoção. Agora é diferente, temos objetivo, temos reais temores, temos
razão para tentar continuar vivendo. Já pensou nisso? Todo santo dia fazer as
coisas por ser mandado, por ser “condicionado”, agora não.
_ É um
ponto de vista interessante.
_ Por
mais que seja, não muda a maneiras como as pessoas, que “sobreviveram”, por
exemplo, se sentem. Um “estilo de vida” foi partido ao meio e sem aviso prévio,
as pessoas não encaram esse tipo de mudança positivamente, independente da
mudança em si, não é a “qualidade da mudança”, é simplesmente o fato de ser uma.
_ Mas
então você não quer que as coisas mudem?
_ Acho
que a questão não é bem essa. O ponto é que agora temos a chance, se as coisas
estiverem tão ruins como eu penso, e de certa forma até gostaria que estivessem, de
reescrevermos a história, de fazer a coisa do nosso jeito. Ou não né,
dependendo de quem esteja vivo isso pode ser um problema.
A rua
estava praticamente deserta, até que, em um cruzamento, um ônibus com um monte
de sirenes e alarmes disparados passou pelo carro onde estavam. Quase os acertou,
inclusive. O ônibus entrou com tudo em uma construção e explodiu, ateando fogo
ao prédio. De repente ficou aquele silêncio, tanto entre eles quanto no
ambiente, até que eles apareceram, e eram muitos. Muitos. MU-I-TOS mesmo. Eles
se olharam, não os “muitos”, os protagonistas, tensos. Eles poderiam ter virado
o carro com rapidez e ido embora pelo exato caminho pelo qual vieram, mas não
fazia o estilo deles, e alem disso o carro era supostamente “preparado” pra
esse tipo de situação, era hora de por à prova aquela obra peculiar de
engenharia automobilística.
É
importante fazer agora o que, por descuido, não foi feito anteriormente: A
descrição um pouco mais detalhada deste veículo. Era um carro tipo Gol GTS,
abriram um teto solar na sua lataria, aonde foi fixada uma metralhadora; o capô
do motor foi retirado, na frente do carro colocaram uma armação metálica em
formato de seta (>) assim qualquer objeto atropelado seria jogado para as
laterais. Na lateral foi desenhada, à tinta, uma inchada e, por fim, foi
adicionado um dispositivo que joga óleo na pista, a partir do porta-malas do
carro, não se sabe bem pra que, mas fez-se.
_ Certo,
Fronrel, sobe no banco e firma na metralhadora, não economize.
Choreilargado
abriu uma segunda garrafa de Jack Daniel’s, bebeu um gole prolongado direto da
garrafa. Ligou o som do carro. Brain Damage – Pink Floyd. Acelerou.
“The lunatic is on the grass...The
lunatic is on the grass.”
Os
zumbis perceberam as presenças. Deixaram de seguir para o prédio no qual o
ônibus havia entrado e vieram em direção ao carro. Fronrel começou a disparar,
disparava sem parar. E gritava como um louco.
“Remembering games and
daisy chains and laughs.Got to keep the loonies on the path.”
Um, dois, três, quinze, vinte foram caído, uns atropelados, outros
massacrados pelas rodas do carro e alguns pela metralhadora que não descansava.
Quando entraram na “nuvem” de zumbis, Choreilargado abriu as comportas de óleo.
“And if the dam breaks
open many years too soon And if there is no room upon the Hill”
Foram abrindo caminho entre os zumbis, tal qual Moisés e o mar vermelho,
mas em vez de um cajado e a ajuda do bom e velho Deus, usavam um carro e uma
maquina que cuspia pólvora, barulho e chumbo. Ao saírem da nuvem de zumbis a
“passagem” se fechou, Choreilargado fechou as comportas de óleo. “Agora saca
só”, ele disse. Choreilargado parou o carro, pegou um cigarro e o
acendeu, deu um único trago para a que a brasa pegasse consistência e o atirou no óleo... Aquela expectativa, aquele momento delinearmente
cinematográfico do cigarro girando levemente no ar até encontrar seu destino,
aquele momento que não dura mais que dois segundos, mas que, pela expectativa,
parece demorar pelo menos alguns minutos. E... O óleo não pegou fogo.
_ What?!
_ Oh
droga, CORRE!
E assim,
Choreilargado voltou pro carro.
“And if your head
explodes with dark forebodings tôo I'll see you on the dark side of the moon.”
Tentou dar partida, uma, duas vezes. O carro não ligava.
_
FUDEOO! – disseram em uníssono
Desceram
do carro, pegaram as malas, o Jack Daniel’s e, no mais poético dos termos
bélicos, bateram em retirada.
“I can't think of
anything to say except...I think it's marvellous! HaHaHa!”
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Ps:Já viu o nosso vlog?
PPs: Pode não significar nada pra muita gente, mas para os músicos com certeza foi uma grande vitória! Não é mais obrigatório ter um registro na OMB!
PPPs: Em função de uma mudança de "turnos" aqui na Administração do blog, as postagens de pós-zumbis sairão, a partir de agora, às quartas-feiras.
PPs: Pode não significar nada pra muita gente, mas para os músicos com certeza foi uma grande vitória! Não é mais obrigatório ter um registro na OMB!
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Comentem! Vlw!
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PARA VEREM UMA IMAGEM DESTE EPISÓDIO, BASTA "ENTRAREM" NO POST.
Gostaria de agradecer ao meu amigo André, que desenhou essa imagem. Vlw!
Acessem o Tumblr dele, é bem legal (basta clicar no nome dele)
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PARA VEREM UMA IMAGEM DESTE EPISÓDIO, BASTA "ENTRAREM" NO POST.
Essa é a cena em que Choreilargado está se preparando para atear fogo ao óleo. |
Acessem o Tumblr dele, é bem legal (basta clicar no nome dele)
Isso é o q acontece qnd se usa um óleo ruim!
ResponderExcluirkkkkkkkkkkk
o ian leu minha mente antes de reproduzir o dialogo
ResponderExcluirasuhsuasuh