apalpo as formas desmanteladas de teu corpo,
caminho solitariamente em tuas ruas
onde há mãos soltas e relógios partidos,
sinto-te como uma criatura humana, e que és tu, Stalingrado, senão isto?
Uma criatura que não quer morrer e combate,
contra o céu, a água, o metal, a criatura combate,
contra milhões de braços e engenhos mecânicos a criatura combate,
contra o frio, a fome, a noite, contra a morte a criatura combate, e vence.
As cidades podem vencer, Stalingrado!
Penso na vitória das cidades,
que por enquanto é apenas uma fumaça subindo do Volga
Penso no colar de cidades, que se amarão e se defenderão contra tudo.
Em teu chão calcinado onde apodrecem cadáveres,
a grande Cidade de amanhã erguerá a sua Ordem.
(Drummond de Andrade em Carta a Stalingrado)
Por onde andam os nossos ideiais mais bonitos e joviais e humanos e mais edificadores?
Será que, assim como o poeta, vamos perdendo essas vontades enquanto fogem de nós a elasticidade da pele e a firmeza dos membros?
Stalingrado é um ideal, não uma cidade. Darwin é o messias da minha religião e Marx um dos seus profetas.
Para sempre, para sempre jamais.
Por onde andam os nossos ideiais mais bonitos e joviais e humanos e mais edificadores?
Será que, assim como o poeta, vamos perdendo essas vontades enquanto fogem de nós a elasticidade da pele e a firmeza dos membros?
Stalingrado é um ideal, não uma cidade. Darwin é o messias da minha religião e Marx um dos seus profetas.
Para sempre, para sempre jamais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário