Pós-Zumbis 3ª temporada (6)


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É chegada a hora dos sacrifícios.

                “E onde diabos está Monquei?”, pergunta o leitor afoito, “Será que é ele a morte que o Narrador prenunciou no capítulo anterior?”, completa o Leitor.
                Adianto, com a minha imutável mania de estragar surpresas, que não, não é ele o sacrifício que a história pede. Agora conjecturo sobre como continuar a narração, se dizendo como nossos amigos escaparão daquele subterrâneo ou não ou se conto o que afinal ocorreu a Monquei. Opto pela segunda opção.
                Bem, comecemos por esclarecer algumas coisas. A razão de todos terem sido capturados, e não mortos, é que a alta cúpula por trás de todo o esquema, enquanto almoçava, decidiu que a melhor maneira de derrubar um inimigo é ter alguém como o inimigo do seu lado, logo, deram a seguinte ordem aos Engravatados: “Tragam alguns ‘rebeldes’ vivos, faremos deles Censores.” Agora a seguinte dúvida pode surgir na cabeça do leitor: “Mas para quê censores?” Bem, a resposta é simples, não era só o grupo que protagoniza essa história que havia resistido à “ameaça zumbi”, haviam outros, alguns potencialmente até mais preparados que nossos heróis.
                É isso, queriam Censores, rastreadores não zumbificados para eliminar aqueles que ainda resistiam; a informação escapa ao narrador, mas provavelmente os Censores também não estão em pleno controle das faculdades mentais.
                Com este objetivo, os Engravatados capturaram nossos heróis, não porque fossem a melhor escolha, mas sim porque coincidiu de estarem passando pelas proximidades de um estabelecimento quando ouviram uma certa “confusão”, ao averiguar a origem, descobriram tratar-se de um trio de rostos já conhecidos, conhecidos e procurados: Fronrel, Linda e Choreilargado. Foi como um presente divino aos Engravatados.
                E ai é a ladainha que vocês já conhecem, contada até o quinto capítulo (ou episódio) desta terceira temporada.
                Decidiram começar por Fronrel. Supunham que ele era uma espécie de “influente” naquele grupo que integrava, “convencendo-o”, talvez ficasse mais fácil. Neste ponto vale ressaltar um atípico erro por parte dos engravatados, uma vez que, primeiro, o grupo não tinha líder, segundo, qualquer um dos membros que viesse com “ideiazinhas” seria sumariamente espancado.
                Ocorre que Fronrel não estava disposto a conversar. Submeteram-no a um novo artifício, que deveria dar cabo do problema, o problema é que o resultado não foi o esperado, em vez de se tornar uma “tábua rasa” disposta a aceitar novas diretrizes, Fronrel tornou-se um completo retardado mental, impossibilitando assim que dessem continuidade a ideia de usá-lo. Não mataram-no porque pensaram em o usá-lo como “moeda de troca” pela submissão de seus companheiros. Mas o plano tinha de seguir, a próxima alternativa seria Monquei, com quem tentariam uma abordagem diferente, pois nesse instante estava ele sendo levado diretamente para alta cúpula, para uma conversa envolvendo quantias absurdas de dinheiro e certas regalias.

_+QUARTO DIA+_

                 Entra alguém, Monquei percebe ser um Engravatado.
                _ Antes de falar qualquer coisa, espere, preciso lhe mostrar algo. – diz o Engravatado.
                _ São meus ami...!? – Intenta Monquei.
                _ Virá ou não? – corta o Engravatado. Monquei consente que sim, com a cabeça.
                Ele retira Monquei das algemas que lhe prendem ao teto, dá-lhe algo para comer e algema-o novamente, não no teto, apenas uma mão à outra; o Engravatado veste-lhe um capuz. Saem. Andam por alguns momentos, sobem um lance de escadas, andam mais um pouco, adentram uma sala, o Engravatado tira o capuz. Era um grande auditório, mas com apenas uma cadeira, uma cadeira que parecia uma cadeira de barbeiro, de frente para um grande telão. Na cadeira havia alguém que Monquei não identificava por estar posicionado atrás. Havia também, ao lado da cadeira, outro Engravatado. Era assustadora a igualdade entre eles. Este Engravatado solta uma trava na lateral da cadeira e vira-a, deixando o seu ocupante de frente para Monquei, que reconhece o rosto amigo, mas somente as feições, porque algo estava diferente, aquele não era o “ele” costumava ser, era apenas uma sombra.
                _ O que vocês fizeram com ele?! – diz Monquei com uma voz incrédula e trêmula.
                _ O mesmo que faremos com seus amigos se você não nos acompanhar a um pequeno passeio. Prometemos que eles ficarão em segurança e você também, é apenas uma conversa que nossos superiores querem ter com você. O quadro do seu amigo aqui pode até ser revertido – mente o Engravatado. – dependendo dos rumos que esta “conversa” com nossos superiores tomar.
                _ Seus filhos da puta, para o bem de vocês é melhor isso ser verdad...
                Monquei toma um soco no rosto, que ele nem viu chegando.
                _ Sem palavrões, por favor, e outra, você não está em condição de fazer exigências, nossos superiores, de benevolentes que são, estão oferecendo-lhe esta oportunidade única – “É, única.” repete o outro Engravatado. – aceite-a enquanto ainda temos paciência.
                Monquei levanta-se, os óculos haviam ficado no chão, mas por alguma razão inexplicável, talvez a cólera proporcionada pelo momento, Monquei não os pega, diz: “Ok, então vamos...” e mostra as mãos para o Engravatado. O outro pega os óculos e, mais a frente, deixa-os encima da mesa administrativa.
***
                Sairam os três engravatados e Monquei, na composição habitual, dois e Monquei em um carro, o outro no outro carro.
                Logo após saírem, o Engravatado que ia sozinho liga para a Alta Cúpula.
                _ Já saímos.
                _ Só vocês e o Sr. Monquei?
                _ Sim, somente.
                _ Certo, dê a ordem para matarem os integrantes que ficaram na base de operações.
                _ Não há nenhum de “nós” lá – ele se referia aos Engravatados – posso confiar a missão a um “qualquer”?
                _ Pode, mas, como podem ocorrer imprevistos, mande o Major iniciar o protocolo, todos os que ficaram lá podem ser substituídos.
                _ E se eles forem eliminados? – referia-se ao grupo de Monquei.
                _ Bem, diga ao Major que se chegar ao conhecimento dele a eliminação dos membros, que o protocolo seja cancelado.
                _ Entendido, desligando.
                O major era aquele que os leitores até agora conhecem como Portador da Voz, que teve curtas aparições nas celas de nossos heróis durantes estes dias.
***
Agora vamos ver como se saíram nossos heróis remanescentes em sua empreitada para sair naquele lugar.
***

T.E.M.P.O..R.E.S.T.A.N.T.E..: 0.5..M.I.N.U.T.O.S.

Estava um inferno na porta de saída. Fronrel, que estava nos ombros de Camaleão, permanecia babando e semi-consciente.
Choreilargado avista um teclado na lateral do portão, era um painel numérico e abaixo dele dois botões com as palavras “OPEN” e “LOCK”. Choreilargado espreme-se para chegar até ele, seguido pelo grupo. Aperta o botão OPEN de forma desesperançada, a imutabilidade da situação só confirma sua descrença.
_ Merda! Precisamos descobrir a senha... em menos de 2 minutos...
_ SENHA!? – Grita repentinamente Fronrel.
Fronrel, de repente torna-se afoito e hiperativo.
_ SENHA! SENHA! – repete ele compulsivamente.
_ Pronto, se já não bastasse a porra do problema – diz Linda.
                Camaleão tenta segurar Fronrel, mas ele estava tão agitado que cai no chão, levanta-se como se nem tivesse sentido a queda.
                _ SENHA! SENHA! – continua repetindo.
                Ele segue até Choreilargado, que estava posicionado de frente o painel numérico, empurra-o com brusquidão.
                _ SENHA!
                Digita de forma rápida e mecânica uma série de números, depois aperta Open. Por um instante nada ocorre e Choreilargado já desistia, quando então as luzes dão uma leve piscada e a porta começa a se mover. Ao início do movimento da porta, Fronrel desfalece novamente. Todos ficam embevecidos com a cena, mas não havia tempo para tal regalia, Camaleão pega novamente Fronrel e joga-o sobre os ombros.
                O alarme agora soava com mais força, indicando a eminência do fim do countdown. Todos correm em disparada para a porta. Todos saem. À saída do último a porta se tranca novamente. Dão de frente com uma sala, uma sala que parecia uma sala de estar, com outra porta, desta vez uma porta dupla de madeira. O protocolo chega a zero, nada se ouve do outro lado da porta. Na lateral dessa sala onde todos se encontram há outra porta de madeira, mas esta não leva à outra sala, mas sim a um elevador. Nesse momento o elevador carrega alguém, carrega o Major, e este elevador está indo à sala onde se encontram nossos heróis.
                Linda avança e dá dois tiros na tranca da porta, vislumbram céu, sol e ar fresco. Ainda não reconhecem o lugar, mas correm. Estão em um local aparentemente deserto. Cercado por densas massas florestais.
                O Major desce do elevador, percebe que chegou um pouquinho atrasado, vai até a porta, ainda estava perto. O Major portava uma M4A1, metralhadora militar.
                _ VOCÊS SÓ TINHAM UMA MISSÃO! – diz ele. – SÓ TINHAM QUE MATAR ESSES RATOS QUE ESTAVAM SOB CUSTÓDIA, MAS MESMO ASSIM FALHARAM! SEUS INÚTEIS!
                Dispara em corrida, alvejando todos à sua frente. O Major não erra, o Major é impiedoso, o Major é calculista.
                Nossos heróis estão correndo.
                É chegada a hora, caros leitores, é chegada a hora do sacrifício. O curioso é que o sacrifício é tão rápido e inesperado... Bem, contemplem por si mesmos:
                Era quase coreográfico, nossos heróis corriam à frente e os “funcionários” daquele local vinham atrás, formando uma espécie de barreira entre nossos heróis e o Major. Alarmada pelos tiros R. grita:
                _ É melhor entrarmos na floresta!
                Choreilargado sabia que se perdessem-se naquela floresta teriam problemas, mas não havia escolha.
                _ OK! – diz ele.
                Nossos heróis começam a ir em direção á floresta.
                O cadarço da bota esquerda de Choreilargado desamarra, fazendo-o tropeçar. Ele cai, os outros intentam em esperá-lo, mas ele fala com firmeza:
                _ VÃO!
                E eles seguem, foi só uma queda, ele já se levantava.
                Ao levantar-se tromba com um “funcionário” que corria desesperado dos tiros do Major.
                Nesse exato momento esse funcionário que trombou com Choreilargado é alvejado por uma bala; essa bala atravessa-lhe o corpo na altura do rim e não se aloja, segue direto, indo parar exatamente aonde se encontrava uma das granadas que Choreilargado portava, que detona-se, fazendo assim com que a outra detonasse também.
                A explosão é grande, a onda de calor chega até nossos heróis, que olham para trás tentando interpretar o ocorrido e chegando, quase simultaneamente, à resolução. Chocam-se, mas são rapidamente tirados da hipnose, pois o Major parece não ter se abalado com o fato. continua a caçada.
                Nossos heróis adentram a floresta.

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Ps: É isso aê, primeiro pós-zumbis do ano, muita coisa acontecendo... espero que estejam gostando!

5 comentários:

  1. mas Choreilargado nao tava com Fronrel nos ombros? ele morreu tambem?

    sei ja.. vo ler o proximo ep..

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  2. erro meu.. era no de camaleão xD

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  3. ¬¬'
    perfil do google pra comentar eh foda..

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    1. rsrsrsr, mas taynan, você pode utilizar diversos perfis: google, wordpress, AIM... diversos outros. Pode até simplesmente colocar seu nome. : )

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  4. É muito bom perceber que, mesmo após o termino da série, alguns ainda vêm lê-la.... : )

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