Point me at the sky and let it fly

                                      

            Não é estranho mudarmos tão pouco?
            Não é triste estarmos loucos?
            Brincando no jogo que sabemos que vai terminar em lágrimas, jogo que estivemos jogando por milhares, milhares de anos...

            Se a pergunta fosse para que vivemos e não quem nos criou ou o que ele quer que façamos ou para onde vamos, estaríamos no caminho certo? Talvez só mais deprimidos. E todos sabem que depressão leva à obesidade, à apatia, ao suicídio, ao vazio e aos reality shows. 
            "As religiões são resultado do medo". "A moral de rebanho é necessária, posto que as massas são burras e ocas e precisam de ordens, naturais ou de outros homens". "A promessa do inferno é a garantia do bem estar social".
            As frases acima não são minhas. São do meu alter ego radicalista. Mas onde está a verdade nisso tudo?
            Por um período de tempo que gira em torno de quatro mil anos, estivemos aqui, vivendo mais ou menos como vivemos hoje: nascendochorandocomendocagandodormindofornicandomatandomorrendo. Desde aquele momento em que a história deixou de ser pré-história, talvez. Desde lá estivemos por aqui, fazendo as mesmas coisas que os outros fizeram antes de nós.
            Mas não é preciso exagerar também indo tão longe quanto o remoto tempo dos faraós posando para fotos de perfil em frente ao Nilo. Há dez anos fazíamos o mesmo que fazemos agora. Há cinquenta. Há cem. Há quinhentos anos: sim, podemos achar um milhão de coisas que eles, medievais piolhentos, começaram a fazer, e nós, sapiens sapiens dos sapiens, continuamos a fazer, incansavelmente até hoje.
            Então qual é o ponto?
            Alguns tentam desesperadamente nos dizer que somos únicos, que podemos fazer a diferença, que há um universo aqui dentro, mas tudo o que você pode fazer é estudar até poder ingressar na universidade; estudar mais um tanto para poder arrumar um trabalho; fazer dinheiro para ter a sua própria casa e quem sabe até casar-se; e aí vem o dilema milenar, a esfinge que pouquíssimos Édipos eventualmente derrotaram: ter filhos, perpetuar a miséria e o eterno retorno do miserável ciclo do carbono. Em outras palavras nascerchorarcomercagardormirfornicarmatarmorrer.

And all we've got to say to you is goodbye
It's time to go, better run and get your bags
Nobody cry, it's goodbye
Crash, crash, crash, crash
Goodbye!

3 comentários:

  1. O curioso é que o Pink Floyd diz que "Point me at the sky" é uma música medíocre, da época em que ainda tentavam tocar o barco sem o syd fazendo o que ele fazia: compor singles.

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  2. Pro Waters só álbum conceitual e música longa prestam kk.
    Mas eu discordo, Point me at the sky é linda.

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  3. rsrsrsrs, pod até ser, mas nem foi ele que disse, foi o Gilmour...

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