O décimo primeiro dia do nono mês de dez anos atrás


Dez anos correram desde que um dos mais representativos símbolos da prosperidade dos Estados Unidos da América foi posto abaixo por radicais anti-imperialistas. Dez longos anos da famigerada guerra ao terror. Uma década inteira de discursos, que eu rotularia como oportunistas, e os conformados chamariam providenciais. Isso não é pouco, é nada menos que dez por cento de um século. Sem mais conversa fiada que só faz cansar as vistas: há dez anos as torres gêmeas caíram, levantando uma nuvem de poeira e uma sólida máscara.
Não há crise financeira, barbáries contra os direitos humanos, crimes de guerra, opressão, destruição e mentiras absurdas que não possam ser justificados pela batalha contra o inimigo fantasiado e alegórico, o Terrorista. No seu combate não foram poupadas perseguições injustificadas, mortes e torturas; mas é claro que a parte mais obscura não dá sopa na mídia. O relevante é que todos os filhos da América se abraçaram debaixo das barbas (ou da falta delas) do tio Bush e observaram as medidas recrimináveis, embora necessárias, para a paz da nação, obliterando um desmazelo ou outro e tocando os escrúpulos para debaixo do tapete.
Às pessoas bem lidas, toda essa história faz lembrar a célebre obra do quadrinista Alan Moore, Watchmen, onde um homem inteligentíssimo traça um plano para voltar todas as animosidades beligerantes que estavam travadas entre americanos e soviéticos para uma terceira ameaça, hostil aos dois polos. Não é como se os norte-americanos estivessem em guerra civil no início do século vinte e um, mas o fato é que muita coisa estava a ponto de entrar em colapso. Jogada de mestre, George.
Façamos jus às vítimas do onze de setembro: elas foram os mártires do levante, a palha que o fogo teve para consumir.
Mas tudo bem, vamos esperar com o queixo apoiado nos punhos e estes apoiados pelos cotovelos nos joelhos, vamos esperar que esse mausoléu vire todo ruínas e choros de dez anos.



2 comentários:

  1. Mesmo depois de uma década, ainda acho graça quando vejo na Tv toda aquela revolta das pessoas com o ataque de 11 de setembro. Poxa, 11 de setembro. Data memorável para todo o mundo. Principalmente para as mães de supostos terroristas, pessoas perseguidas e assassinadas por forças norte-americanas. Nem lembremos das que nem sequer sabem se seus filhos estão vivos. Pobres americanos. São apenas vítimas.

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  2. euhauehuaeuaeuhae
    que Prolixidade no titulo hein!

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