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Causa
_ Um escapou. – Disse Monquei.
_ É, eu vi. – Disse Choreilargado.
_ E o que é que a gente ta esperando? Vamos atrás do miserável.
– Opina Camaleão.
_ Não sei se é uma boa ideia, se ele tiver algum
celular ou rádio não deve ser difícil chamar reforços. O melhor é sumirmos
daqui. – Disse Fronrel.
_ E iríamos aonde? – Questiona Albinati.
Silêncio.
_ Bem, se ficarmos parados aqui vai ser pior –
Argumenta R.
_ Well done, peguem seu carro, eu sei de um lugar
para onde podemos ir. – Diz Choreilargado
Assim, entram no carro. Partida no motor, “ready?” “GO!”.
A direção é torturante, muitos carros, muito barulho, nenhum ponto vazio para
descansar a vista, nenhum resquício de ideia, nenhum resquício de Gente.
Fronrel, ao volante, segue Choreilargado. Nenhuma música toca. As pessoas
tornam-se aos poucos menos gente. A vontade de Fronrel era pisar na cabeça de
todos eles.
_ Como é que a gente pode tratar desse problema? –
Questiona repentinamente
_ Que problema? – Pergunta Camaleão.
_ Esses zumb... Bem, essas “pessoas” – Tira as mãos
do volante rapidamente e faz o sinal de aspas com os dedos – que estão tentando
comer-nos... Se matássemos todos, o problema estaria resolvido?
_ Talvez haja uma solução e ninguém vai precisar ser
morto. Já pensou nisso? – Argumenta Monquei.
_ Absolutamente improvável, e mesmo que a remota
possibilidade exista, há a chance de ser inalcançável para nossas curtas
possibilidades. – Responde Fronrel.
_ E se nós também formos zumbis? E se estivermos
apenas desempenhando o predestinado papel da “oposição”? – Questiona Monquei.
Silêncio.
Depois de tantas voltas chegam ao centro da cidade.
Hora da discrição. Choreilargado entra em uma viela. Fronrel descobre que não
era uma viela, mas sim um beco sem saída. Choreilargado desliga o carro.
Fronrel também.
_ Well, hora de entrarmos. – Diz Choreilargado
Caminha até um daqueles “carrinhos” onde se deposita
dejetos de construção civil, pede ajuda, juntos eles empurram o “carrinho”,
embaixo dele há um buraco, uma rampa que leva a uma porta, uma porta de ferro.
Bate nela três vezes, três vezes fortes. “SENHA!” gritam do outro lado. “Quando
você entender de onde vem o cheiro, você saberá por que ele existe”. A porta se
abre, do outro lado alguém que Fronrel não conhecia. Descem todos, o “porteiro”
corre até os pés do “carrinho”, havia uma espécie alavanca ali, repôs o carrinho
no local, a passagem estava fechada.
_ Pensei que iria ver mais rostos conhecidos, cadê o
pessoal? O Restante do seu grupo? – Indaga Fronrel.
_ Mortos – Responde Choreilargado.
Fronrel fica estático.
_ Como assim mortos!?
_ Não me faça repitir, não é tão fácil.
_ Como ocorreu!?
_ Não quero falar sobre isso agora, ok?
_ E quem são esses?
_ Esses são “sobreviventes”.
O local era o subsolo de algum prédio. Haviam alguns
quadros nas paredes, uma iluminação muito ruim, provavelmente em virtude da má
qualidade do gato elétrico, e algumas pessoas. As paredes não tinham pintura, o
teto era baixo, viam-se algumas pilhas de CDs nos cantos e algumas estantes
improvisadas com livros, curiosamente não fazia tanto calor.
_ Temos que ser breves. – Disse choreilargado – Isso aqui
é uma espécie de consórcio, não podemos demorar demais.
_ E como é que isso aqui funciona? – Questiona Albinati.
_ Bem, as pessoas deixam aqui coisas que andam sendo
condenadas: Quadros, livros, CDs, essas coisas. E todo mundo ajuda a manter o
local e o utiliza.
_ E essas pessoas... O que é que elas fazem? –
Perguntou Fronrel, já temendo se irritar com a resposta.
_ Vivem. Têm seus lares, seus empregos...
_ Empregos... Empregos?! LARES!? Então é isso, é se
conformar com a merda e esconder-se debaixo do carpete para fazer algo dito
incorreto?!
Fronrel mal termina a frase e se dirige para o
porteiro, “abre a porta”. “Não” é a resposta. Fronrel se irrita, vira e
pergunta:
_ E que diabos você está fazendo aqui, junto deles?
_ Foi o único lugar que me restou. Você acha que é
fácil pra mim? Ter que tolerar essa porra todo dia?
Fronrel cospe no chão.
_ Bem, agora você tem uma opção, vai vir conosco ou
vai ficar escondido debaixo do cimento?
_ Não é tão simples assim...
_ Não seja o arregão...
_ É que... você não sabe pelo que eu passei, você
acha que é fácil sair lá fora depois de ter visto seus amigos UM A UM sendo
mortos?!
_ Somos nós, podemos não ser o bastante, mas foi o
que sobrou, vai ficar aqui nesse local esquecido por Deus ou vai sair conosco? –
Insiste Fronrel.
O Clima era tenso, as poucas pessoas que estavam lá
não haviam se virado, mas Fronrel sabia que ouviam a conversa.
_ Você tem algo aqui? – Camaleão pergunta,
aproveitando a deixa.
_ Só tenho a roupa do corpo, o carro lá fora e um
maço de cigarros pela metade, eles me aceitaram como “proteção extra”.
_ Então não tem por que esperar, vamos embora dessa
porra. – diz Fronrel
Nesse momento as pessoas, que até então estavam
sentadas, se dirigem à porta.
_ Daqui nenhum de vocês passa. – Diz um deles
_ Ta de brincadeirinha com a minha cara né? Só pode
ser. – Diz Fronrel.
Eram 6, contando com o Porteiro.
Fronrel dá um soco na cara do primeiro que andou em
sua direção. O Ring está montado. Monquei derruba um, mas um deles desfere-lhe
uma garrafada na cabeça, que o desacorda. Dois pulam em cima de camaleão,
Choreilargado ajuda derrubando um deles, o outro era forte. Fronrel vai em
direção ao porteiro, sentiria prazer em socar a cara do otário, mas esse era
mais sorrateiro do que Fronrel pensava, saca uma faca, Fronrel se assusta e dá
um passo para trás, tropeça em algo que estava no chão. Perdeu a concentração
por uma fração de segundos e isso foi o bastante, o porteiro imobilizou seu
braço e colocou a faca em seu pescoço de forma deverasmente ameaçadora.
_ Ok Ok, agora chega de palhaçada, você, gordinho,
larga o cara. Encosta ali na parede. Aproveita e leva seu amigo supostamente
desacordado, não quero ter de me surpreender com um palhaço tentando me
atacar...
É nessa hora que se prova o enraizado preconceito
sexual, o Porteiro não só não se lembrou de mandar R. e Albinati para a parede,
como também as havia esquecido completamente. E o que ninguém tinha notado é
que Albinati, em um surto momentâneo de precaução, foi a única a levar uma arma
para o Subterrâneo maldito: O revolver de Fronrel.
Ela dá um grito. Ela estava atrás do porteiro. Este começa
a se virar, Fronrel aproveita sua rápida distração e segura seu braço impedindo
um possível degolamento. Ela dispara. O som do tiro é amplificado muitas vezes
pelo espaço fechado. O coice da arma quase desloca o braço de Albinati, que cai
no chão com a força do disparo e sua falta de preparo. O tiro acerta o antebraço
do Porteiro, pegando de raspão em Fronrel, mas só um arranhão. O “deles” que
restou de pé estava estático, agora não podia fazer mais nada, estava acoado.
_ Vai tentar algo, palhaço!? Se for anda logo, não
temos o dia inteiro. – diz Camaleão
Ele não dá um piu.
Fronrel ajuda Albinati a se levantar. Olha-a de cima
a baixo. Ela repete o gesto. Silêncio. Então ele pergunta:
_ VOCÊ POR ACASO É LOUCA!? GRITAR ATRÁS DO CARA QUE
ESTÁ COM UMA FACA NO MEU PESCOÇO E AINDA ATIRAR DE OLHOS FECHADOS?!
_ Eu não atirei de olhos fechados.
_ Daria na mesma se tivesse atirado.
_ ... Eu te salvei.
_ É, me salvou, da próxima vez tenha só um pouco mais
de cuidado... Mesmo assim, obrigado, bela iniciativa, aliás. – disse Fronrel.
Albinati não soube distinguir se ouve ironia ou não.
Sairam.
_ Pra onde vamos? – pergunta Choreilargado.
Era uma excelente pergunta, pensava Fronrel. Para
onde iriam?
_ A propósito, que merda é essa no seu olho? –
pergunta Choreilargado
_ Tomei um tiro, acho que esse olho não vai mais servir.
_ Trágico.
Ambos dão de ombros.
_ Onde será que estão o Japonês e a Bibliotecária? –
Questiona R.
Era outra boa pergunta.
está ficando foda *-*
ResponderExcluirsó tenho medo do que as pessoas pensam de mim, um cara grande, gordo, feio e violento kkk, mas foda de qualquer jeito =D