Pós-Zumbis 2ª temporada(9)


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Causa

                _ Um escapou. – Disse Monquei.
                _ É, eu vi. – Disse Choreilargado.
                _ E o que é que a gente ta esperando? Vamos atrás do miserável. – Opina Camaleão.
                _ Não sei se é uma boa ideia, se ele tiver algum celular ou rádio não deve ser difícil chamar reforços. O melhor é sumirmos daqui. – Disse Fronrel.
                _ E iríamos aonde? – Questiona Albinati.
                Silêncio.
                _ Bem, se ficarmos parados aqui vai ser pior – Argumenta R.
                _ Well done, peguem seu carro, eu sei de um lugar para onde podemos ir. – Diz Choreilargado
                Assim, entram no carro. Partida no motor, “ready?” “GO!”. A direção é torturante, muitos carros, muito barulho, nenhum ponto vazio para descansar a vista, nenhum resquício de ideia, nenhum resquício de Gente. Fronrel, ao volante, segue Choreilargado. Nenhuma música toca. As pessoas tornam-se aos poucos menos gente. A vontade de Fronrel era pisar na cabeça de todos eles.
                _ Como é que a gente pode tratar desse problema? – Questiona repentinamente
                _ Que problema? – Pergunta Camaleão.
                _ Esses zumb... Bem, essas “pessoas” – Tira as mãos do volante rapidamente e faz o sinal de aspas com os dedos – que estão tentando comer-nos... Se matássemos todos, o problema estaria resolvido?
                _ Talvez haja uma solução e ninguém vai precisar ser morto. Já pensou nisso? – Argumenta Monquei.
                _ Absolutamente improvável, e mesmo que a remota possibilidade exista, há a chance de ser inalcançável para nossas curtas possibilidades. – Responde Fronrel.
                _ E se nós também formos zumbis? E se estivermos apenas desempenhando o predestinado papel da “oposição”? – Questiona Monquei.
                Silêncio.
                Depois de tantas voltas chegam ao centro da cidade. Hora da discrição. Choreilargado entra em uma viela. Fronrel descobre que não era uma viela, mas sim um beco sem saída. Choreilargado desliga o carro. Fronrel também.
                _ Well, hora de entrarmos. – Diz Choreilargado
                Caminha até um daqueles “carrinhos” onde se deposita dejetos de construção civil, pede ajuda, juntos eles empurram o “carrinho”, embaixo dele há um buraco, uma rampa que leva a uma porta, uma porta de ferro. Bate nela três vezes, três vezes fortes. “SENHA!” gritam do outro lado. “Quando você entender de onde vem o cheiro, você saberá por que ele existe”. A porta se abre, do outro lado alguém que Fronrel não conhecia. Descem todos, o “porteiro” corre até os pés do “carrinho”, havia uma espécie alavanca ali, repôs o carrinho no local, a passagem estava fechada.
                _ Pensei que iria ver mais rostos conhecidos, cadê o pessoal? O Restante do seu grupo? – Indaga Fronrel.
                _ Mortos – Responde Choreilargado.
                Fronrel fica estático.
                _ Como assim mortos!?
                _ Não me faça repitir, não é tão fácil.
                _ Como ocorreu!?
                _ Não quero falar sobre isso agora, ok?
                _ E quem são esses?
                _ Esses são “sobreviventes”.
                O local era o subsolo de algum prédio. Haviam alguns quadros nas paredes, uma iluminação muito ruim, provavelmente em virtude da má qualidade do gato elétrico, e algumas pessoas. As paredes não tinham pintura, o teto era baixo, viam-se algumas pilhas de CDs nos cantos e algumas estantes improvisadas com livros, curiosamente não fazia tanto calor.
                _ Temos que ser breves. – Disse choreilargado – Isso aqui é uma espécie de consórcio, não podemos demorar demais.
                _ E como é que isso aqui funciona? – Questiona Albinati.
                _ Bem, as pessoas deixam aqui coisas que andam sendo condenadas: Quadros, livros, CDs, essas coisas. E todo mundo ajuda a manter o local e o utiliza.
                _ E essas pessoas... O que é que elas fazem? – Perguntou Fronrel, já temendo se irritar com a resposta.
                _ Vivem. Têm seus lares, seus empregos...
                _ Empregos... Empregos?! LARES!? Então é isso, é se conformar com a merda e esconder-se debaixo do carpete para fazer algo dito incorreto?!
                Fronrel mal termina a frase e se dirige para o porteiro, “abre a porta”. “Não” é a resposta. Fronrel se irrita, vira e pergunta:
                _ E que diabos você está fazendo aqui, junto deles?
                _ Foi o único lugar que me restou. Você acha que é fácil pra mim? Ter que tolerar essa porra todo dia?
                Fronrel cospe no chão.
                _ Bem, agora você tem uma opção, vai vir conosco ou vai ficar escondido debaixo do cimento?
                _ Não é tão simples assim...
                _ Não seja o arregão...
                _ É que... você não sabe pelo que eu passei, você acha que é fácil sair lá fora depois de ter visto seus amigos UM A UM sendo mortos?!
                _ Somos nós, podemos não ser o bastante, mas foi o que sobrou, vai ficar aqui nesse local esquecido por Deus ou vai sair conosco? – Insiste Fronrel.
                O Clima era tenso, as poucas pessoas que estavam lá não haviam se virado, mas Fronrel sabia que ouviam a conversa.
                _ Você tem algo aqui? – Camaleão pergunta, aproveitando a deixa.
                _ Só tenho a roupa do corpo, o carro lá fora e um maço de cigarros pela metade, eles me aceitaram como “proteção extra”.
                _ Então não tem por que esperar, vamos embora dessa porra. – diz Fronrel
                Nesse momento as pessoas, que até então estavam sentadas, se dirigem à porta.
                _ Daqui nenhum de vocês passa. – Diz um deles
                _ Ta de brincadeirinha com a minha cara né? Só pode ser. – Diz Fronrel.
                Eram 6, contando com o Porteiro.
                Fronrel dá um soco na cara do primeiro que andou em sua direção. O Ring está montado. Monquei derruba um, mas um deles desfere-lhe uma garrafada na cabeça, que o desacorda. Dois pulam em cima de camaleão, Choreilargado ajuda derrubando um deles, o outro era forte. Fronrel vai em direção ao porteiro, sentiria prazer em socar a cara do otário, mas esse era mais sorrateiro do que Fronrel pensava, saca uma faca, Fronrel se assusta e dá um passo para trás, tropeça em algo que estava no chão. Perdeu a concentração por uma fração de segundos e isso foi o bastante, o porteiro imobilizou seu braço e colocou a faca em seu pescoço de forma deverasmente ameaçadora.
                _ Ok Ok, agora chega de palhaçada, você, gordinho, larga o cara. Encosta ali na parede. Aproveita e leva seu amigo supostamente desacordado, não quero ter de me surpreender com um palhaço tentando me atacar...
                É nessa hora que se prova o enraizado preconceito sexual, o Porteiro não só não se lembrou de mandar R. e Albinati para a parede, como também as havia esquecido completamente. E o que ninguém tinha notado é que Albinati, em um surto momentâneo de precaução, foi a única a levar uma arma para o Subterrâneo maldito: O revolver de Fronrel.
                Ela dá um grito. Ela estava atrás do porteiro. Este começa a se virar, Fronrel aproveita sua rápida distração e segura seu braço impedindo um possível degolamento. Ela dispara. O som do tiro é amplificado muitas vezes pelo espaço fechado. O coice da arma quase desloca o braço de Albinati, que cai no chão com a força do disparo e sua falta de preparo. O tiro acerta o antebraço do Porteiro, pegando de raspão em Fronrel, mas só um arranhão. O “deles” que restou de pé estava estático, agora não podia fazer mais nada, estava acoado.
                _ Vai tentar algo, palhaço!? Se for anda logo, não temos o dia inteiro. – diz Camaleão
                Ele não dá um piu.
                Fronrel ajuda Albinati a se levantar. Olha-a de cima a baixo. Ela repete o gesto. Silêncio. Então ele pergunta:
                _ VOCÊ POR ACASO É LOUCA!? GRITAR ATRÁS DO CARA QUE ESTÁ COM UMA FACA NO MEU PESCOÇO E AINDA ATIRAR DE OLHOS FECHADOS?!
                _ Eu não atirei de olhos fechados.
                _ Daria na mesma se tivesse atirado.
                _ ... Eu te salvei.
                _ É, me salvou, da próxima vez tenha só um pouco mais de cuidado... Mesmo assim, obrigado, bela iniciativa, aliás. – disse Fronrel. Albinati não soube distinguir se ouve ironia ou não.
                Sairam.
                _ Pra onde vamos? – pergunta Choreilargado.
                Era uma excelente pergunta, pensava Fronrel. Para onde iriam?
                _ A propósito, que merda é essa no seu olho? – pergunta Choreilargado
                _ Tomei um tiro, acho que esse olho não vai mais servir.
                _ Trágico.
                Ambos dão de ombros.
                _ Onde será que estão o Japonês e a Bibliotecária? – Questiona R.
                Era outra boa pergunta.

Um comentário:

  1. está ficando foda *-*
    só tenho medo do que as pessoas pensam de mim, um cara grande, gordo, feio e violento kkk, mas foda de qualquer jeito =D

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